O governo Jânio - A democracia em risco
Jânio Prefeito - Jânio foi um ótimo prefeito em São Paulo
Carta de renúncia - Em 1961 Jânio renuncia
Parlamentarismo x presidencialismo - Jango quase não assume o governo
As reformas de base - Jango e a reforma agrária
O fim do governo Jango - O golpe militar se instala no Brasil
Eurico Morão Filho - Telefonemas arquitetam o golpe
O golpe civil-militar
Quando Jânio Quadros renunciou ao cargo, o vice-presidente João Goulart ainda estava na China, em missão diplomática. Portanto, assumiu provisoriamente o governo Ranieri Mazzilli. Desta forma, aproveitando a ausência de Jango, os militares e políticos conservadores mobilizaram uma tentativa de golpe para evitar que o político de esquerda voltasse e assumisse. Os militares queriam manter o presidente interino, entretanto, o Congresso negou o pedido.
O cenário caótico despertou conflitos de diversas partes. Enquanto militares e a ala conservadora, desejava evitar Jango, os grupos de esquerda assumiam um compromisso com a legalidade constitucional, que garantia a posse do Vice. No Rio Grande do Sul, o governador Leonel Brizola chegou a lançar uma rede de rádio chamada A voz da legalidade, que buscou apoio para Jango.
Uma das grandes promessas de Jango, como visto, era realizar uma reforma agrária. Entretanto, o aprofundamento desse discurso social e trabalhista descontentou parte da elite nacional conservadora e o capital estrangeiro. O próprio comício da Central havia soado assustador para esses grupos, que logo se mobilizaram.
As lideranças militares que já tentavam derrubar Jango desde 1961, desta vez, atuaram com ainda mais força. Apoiados pela classe média brasileira, por empresas e pelos E.U.A, que temiam o crescimento da esquerda na América Latina, os militares logo derrubaram Jango. Uma das principais características dos movimentos contra o presidente foi o forte conservadorismo e a construção de uma narrativa anticomunista. O argumento era que Jango transformaria o Brasil em uma país socialista, como Cuba, aliado à U.R.S.S. E assim, o golpe militar saiu do plano da tentativa, ao qual ele esteve relegado durante essa primeira metade do século XX, para o plano da concretização durante 21 anos da história recente brasileira.