Cultura material e imaterial em História

História e Memória

Como definiu o historiador francês Marc Bloch, a história é uma ciência que estuda os seres humanos e suas ações no tempo. Seja através dos aspectos políticos, culturais, econômicos ou sociais (como visto em outros materiais) ou até mesmo utilizando fontes como memórias, filmes, documentos oficiais ou livros, o historiador, ao fim, tem como interesse fundamental as relações humanas.

Assim, as fontes que falam sobre o passado podem ser múltiplas e hoje, para o historiador, nada é descartável. Podemos citar como exemplo o próprio impacto das chamadas Fake News no desenrolar de questões políticas e sociais na contemporaneidade, pois, se um historiador rejeita uma fonte histórica por não ser legítima ou por não contar “uma verdade”,ele descarta também uma série de indagações que poderiam ser feitas ao documento, afinal, qual seria o propósito da mentira? O que teria levado alguém a falsificar um documento? Qual história o falsificador queria contar?

Posto isso, hoje, podemos considerar uma grande quantidade de fontes para estudar o passado, entre filmes, fotografias, estatísticas, lendas urbanas, documentos, roupas, marcas, livros, tecnologias etc. Para utilizar essas fontes e interpretar o passado, construindo uma narrativa, o historiador, portanto, deve sempre indagar tais fontes e levantar questões e problemas postos pelo presente de forma crítica.

O patrimônio cultural representa a importância de determinadas fontes na construção de uma sociedade, principalmente de uma perspectiva oficial, já que cabe ao Estado proteger os patrimônios históricos culturais. Dentre tais patrimônios, existe a cultura material, que pode ser composta por tudo aquilo que é físico, desde objetos até edificações; e existe a cultura imaterial, que já está mais no campo do abstrato, como os aspectos religiosos, as danças e tradições culturais que compôem uma sociedade.

Tudo isso são os rastros deixados pelos seres humanos através da sua interação com o espaço e com outros seres vivos. Apesar de ser uma obrigação do Estado preservar os nossos bens culturais, também é um dever cívico proteger, ou não, aquilo que entendemos que é importante para o nosso projeto de nação.