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Breve resumo da tensão entre as Coreias

O professor Claudio Hansen faz um resumo sobre a tensão entre as Coreias. Confira!

Programa nuclear norte coreano

Poder político da família Kim

Tensão com os EUA

Processo de aproximação com a Coreia do Sul

Coreia do Norte e a questão nuclear

A República Popular Democrática da Coreia ou Coreia do Norte é um país localizado no continente asiático oriental, possuindo uma área de 120.540 km² e uma população total de 25,55milhões de pessoas segundo o Banco Mundial. Sua capital é Pyongyang. Trata-se de um país com inclinações comunistas, em sua origem inspiradas nas ideias de Trotski. Hoje é considerado o país mais fechado do mundo do ponto de vista político e econômico, mantendo relaçoes sobretudo com China e Rússia.

 

 

Guerra das Coreias (1950-1953)


Apenas olhando o mapa ou ouvindo o nome dos países, é fácil imaginar que houve uma ruptura entre nações naquela região. A Guerra das Coreias foi o primeiro embate de guerra durante a Guerra Fria. Claro que isso pode suscitar uma questão: a Guerra Fria foi de fato fria para quem? Lembre-se que o contexto de fim da 2ª Guerra Mundial, somado desenvolvimento e uso de bombas atômicas,  imperava um clima de tensão e medo ao redor do mundo, sobretudo em conflitos dessa natureza. Cerca de 3 milhões de pessoas morreram nessa guerra.

 

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Em 1910 o Japão ainda tinha uma postura um tanto quanto imperialista com os países asiáticos, conquistando até mesmo territórios Chineses, além de colonizar a Coréia, situação que permaneceu até o fim da 2ª Guerra Mundial. A nação japonesa contava com forte poder bélico e militar na época. Foi um longo período de exploração, de recursos naturais, trabalho, até pessoas obrigadas a irem para guerra, por exemplo. A dominação colonial foi bem real na Coréia. Houve a tentativa inclusive de estabelecer o japonês enquanto lingua oficial da região.

 

Em 1945, com a bomba de Hiroshima e Nagasaki que destruíram cidades japonesas, foi decretado que o Japão havia perdido a guerra. Com isso, na Conferência de Potsdam, envolvendo EUA, Reino Unido, e União Soviética, os vencedores da 2ªGM, diversos acordos sobre a reorganização geopolítica do mundo começam a ser decidos, incluindo o tratado para independência da Coréia. Foi acordado que a União Soviética declararia guerra ao Japão, e em troca, teria uma zona de influência no processo de independência da Coréia, na parte norte, até o paralelo 38, coordenada geográfica que corta imaginariamente as Coréias. Pelo receio do crescimento do comunismo na região, em contexto de Guerra Fria, os EUA ocupa a parte sul. Enquanto os coreanos almejavam a independência, seu território se torna uma zona de conflito físico entre os sistemas que competiam para se tornarem hegemônicos no mundo. Deste modo, cada país fixava a sua ideologia, os Russos no Norte e os EUA no Sul, com a promessa da liberdade. Porém, a bagagem ideológica permanesse. A partir dessa divisão, dois governos são desenvolvidos, um em cada parte das Coréias.

 

Em 1948-1949 encerra-se as ocupações soviéticas e americanas na península. Mas será que isso permanesse?

Ambas Coréias haviam se tornado repúblicas com regimes autoritários e nacionalistas. Apesar do norte almejar o comunismo e o sul almejar o capitalismo, ambos queriam a unificação, o que tornava o clima bem tenso.

                > Norte - Kim Il Sung

                > Sul - Syngman Rhee

Sobre o presidente da Coréia do Sul, é importante frisar que vinha de uma linha conservadora de direita e pregou o anticomunismo. Cabe ressaltar que em 1987, instaura-se uma democracia parlamentar na Coréia do Sul.

Dessa forma, mesmo com a retirada da União Soviética e dos EUA, governos de ideologias opostas queriam unificar a Coréia. No contexto externo a China já havia sido dominada por Mao-Tsé e consolidava seu apoio soviético, assim como ideologias e sistemas comunistas. Isso abriu brecha para que o comando da Coréia do Norte tentasse invadir a Coréia do Sul, com apoio da União Soviética em equipamentos e da China em equipamentos e soldados.

Nesse período, entre junho e setembro de 1950 como mostra o mapa acima, a Coréia do Norte ganhou bastante território. Mas esse ataque justificou uma postura combativa extrema da Coréia do Sul. Durante a Guerra Fria, as Coréias se tornaram um simbólico campo de batalha. Foi quando os EUA decidiram ajudar a Coréia do Sul. “Bombardeávamos tudo que se movia” afirmou ex-secretário de Estado americano Dean Rusk.

Com esses reforços da ONU, o contraataque empurrou os norte coreanos para o norte, invadindo até mesmo a capital Pyongyang, em novembro de 1950. A China decidiu intervir e ajudar com um novo contra ataque.  Importante pontuar que os EUA não queriam que a guerra chegasse a China, com medo dos conflitos nucleares. De contra ataque em contra ataque, estabeleceu-se as trincheiras na fronteira do paralelo 38, entre 51 e 53.

Sem muitos avanços, houve um armistício em 1953. Armistício é o mesmo que uma trégua, um acordo que suspende temporariamente as hostilidades entre os lados envolvidos no conflito. Foi criado uma zona desmilitarizada na fronteira, porém não houve acordo de paz! A ideia de cessar fogo em 1953 não deixa claro se virá de fato um acordo de paz ou a ausência definitiva de conflitos físicos ou nucleares.

 

 

Programa Nuclear da Coréia do Norte

Ainda no período da Guerra Fria, houve ajuda tecnológica da União Soviética para que a Coréia do Norte começasse seu programa nuclear, a fim de estabelecer territorialidade na região. Esse programa foi atualizado em gradativo crescimento, recebendo novos aportes nos anos 70 e 80.  Apesar disso, no período da Guerra Fria o maior inimigo dos EUA era a União Soviética. Na década de 80 a União Soviética ja mostrava fragilidade. Os EUA aproveitam esse momento para tentar se aproximar das nações até então soviéticas de uma forma diferente, como na China. Houve também uma tentativa de aproximação com a Coréia do Norte.

Na década de 80 a Coréia do Norte assina o Pacto de Não Proliferação de Armas Nucleares, se comprometando a não aumentar, proliferar ou produzir armas e misséis nucleares. As tecnológias de armas nucleares eram a grande inovação do momento e determinava as espacialidades geopolíticas à época.

Acontece que pela própria diferença política entre as nações, mesmo com o acordo assinado, as tensões não param de crescer. Em 1989 houve uma grande acusação de que a Coréia do Norte estaria investindo no seu programa nuclear. No contexto pós torres gêmeas, com a política de Guerra ao Terror do Bush e a definição de um Eixo do Mal, a Coréia do Norte foi citada enquanto um país para se ter atenção. A relação não parava de piorar portanto quanto em 2003 a Coreia do Norte anuncia a saída do Pacto de Não Proliferação de Armas Nucleares. Começam uma série de testes de mísseis, cada vez mais de longo alcance, inclusive próximo ao território americano.

Yun Jai-hyoung/Associated Press. Em 2003, Soldados sul-coreanos fazem exercício militar perto da zona desmilitarizada entre as duas Coréias. Fonte:Folha/UOL.

Outro ponto importante de tensão é que a capital da Coreia do Norte, Piangyong, e a capital da Coreia do Sul, Seul não ficam muito distantes. Há cerca de 56 km de Seul existe uma base de lançamento de mísseis. A capital da vizinha do sul é bem inchada demograficamente, com cerca de 25 milhões de pessoas. A escalada de tensões chega até o fim de 2017, quando os EUA mandam seu exército para o mar do Japão para fiscalizar e fazer presença. As especulações sobre uma possível e nova guerra mundial começam a esquentar, e dessa vez a disputa é entre Donald Trump e  Kim Jong-un.

É importante entender que países no mundo como Rússia, Coréia do Norte, China, Irã, Cuba e Venezuela, são exemplos de países contrários a influência hegemônica do modelo desenvolvimentista americano ao redor do mundo. Existem muitas contradições dentro do sistema capitalista, assim como em países como China e Coréia do Norte.  Para os EUA, um país fechado como a Coréia do Norte é um ultraje. Os testes da Coréia do Norte passam a representar uma provocação, sabendo que pelo menos na ONU, no Conselho de Segurança, a Rússia poderia ajudar a não haver uma intervenção legal em seu território. Enquanto a Coréia do Sul se abriu economicamente e hoje é um importante país emergente, grande aliado dos EUA. A Coreia do Norte pode começar a se abrir mais para o sistema hegemônico global, ou pode manter sua postura fechada e seus sistemas internos. Tudo depende também do contexto internacional. Será que esse bloco contrário aos EUA pode se fortalecer?

 

Veja o vídeo que o Trump exibiu para o Kim Jong-un tentando convence-lo de se abrir para seu modelo de desenvolvimento!
http://g1.globo.com/mundo/videos/v/trump-mostra-video-a-kim-para-estimular-boas-relacoes-entre-eua-e-coreia-do-norte/6804671/

 

Entenda mais do funcionamento da Coréia do Norte a partir da visão de um turista brasileiro na região!
https://www.youtube.com/watch?v=pPwYkzUTPbU&t=912s&ab_channel=EstevamPeloMundo