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América Latina: regionalização e quadro social

Nesta aula, o Prof. Claudio Hansen apresenta as principais características da América Latina, dando atenção para a questão fundiária que é concentrada nesta região.

México e seu papel na região

Transporte: Canal do Panamá e migrações

Cuba e o embargo econômico americano

Estudo de Caso: Cuba

América Latina

O continente americano, em extensão, só não é maior que o continente asiático. Possui uma população de 1 bilhão de habitantes, distribuída por 35 países e 18 dependências. Possui uma grande diversidade de climas e vegetações, devido à sua extensão latitudinal. Os cinco maiores países são Canadá, Estados Unidos, Brasil, Argentina e México. Com isso, também apresenta diferentes regionalizações. América do Norte, América Central e América do Sul correspondem a uma divisão a partir de um critério de localização e posição geográfica. Já América Latina e América Anglo-Saxônica correspondem a um critério cultural e econômico.

Para alguns, essa divisão da América Latina abrangeria os países de língua neolatina, como espanhol, português e francês. Teria uma justificativa histórica associada ao processo de colonização. Para outros, a América Latina representaria uma região menos desenvolvida e com grandes desigualdades socioeconômicas, se comparada à América Anglo-Saxônica, de língua inglesa e mais desenvolvida. De qualquer forma, existem milhares de exceções a essas regras, e uma América Latina coesa a partir desses critérios é mais uma ficção que uma realidade. Porém, é importante conhecer a quais países e sub-regiões essa América Latina se refere.

 

  Fonte: VESENTINI, J. W. Geografia: o mundo em transição.

Fonte: VESENTINI, J. W. Geografia: o mundo em transição.

 

Na formação da república e na consolidação dos estados nacionais, a tentativa de legitimar o sistema de poder que se instaurava contou uma série de dificuldades. O controle territorial sem dúvida é um dos mais graves. No Brasil por exemplo, tivemos uma ocupação populacional que se deu, de forma majoritária, do Leste para oeste do território. Para o estado, controlar e atuar em todos os cantos do nosso território, e nos 23.102 km de fronteiras, se estabelece como um desafio.

A identidade latino americana se constrói a partir de similaridades. Apesar dessa identificação não se fazer tão forte no Brasil, existe um sentimento de pertencimento em função de diversos fatores. A língua hispânica por exemplo, fruto da colonização, história comum a esses países, explica parte desse fenômeno.

A história comum da colonização, no entanto deixa o seu legado, refletindo as semelhanças e diferenças deste processo em cada país. Das similaridades, devemos ter em mente o atraso industrial, a subordinação geopolítica a países hegemônicos ao longo de diversos períodos da história, e problemas com subdesenvolvimento, são o legado da desigualdade sistémica que se fez estrutural desde o início do processo de dominação civilizatória que se deu nesta região.

A denominação "América Latina" se refere aos países do continente americano, que foram colonizados por países europeus de idiomas que derivam do latim, portanto línguas latinas como espanhol, português ou francês. São os países que compõem a América Latina:

  • Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Equador, El Salvador, Guatemala, Haiti, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana, Uruguai e Venezuela.

 

 

Relevo

O México e a América Central podem ser agrupados de forma a simplificar o entendimento sobre o relevo dessa região. A parte continental ou ístmica apresenta um relevo montanhoso, devido ao encontro de placas tectônicas na região. A América Central também apresenta uma parte insular, denominada Antilhas. Essa pode ser subdivida em duas: as Grandes Antilhas (Cuba, Haiti, Jamaica, República Dominicana e Porto Rico) e as Pequenas Antilhas (Bahamas, Guadalupe, Granada, etc.). Essa porção insular corresponde a um conjunto de ilhas vulcânicas ou calcárias.

 

 

Fonte: Atlas geográfico escolar / IBGE. – 8. ed. - Rio de Janeiro : IBGE, 2018.

 

Clima e vegetação

O México apresenta uma significativa extensão de clima árido, ao norte. Nas porções mais ao sul, o clima é o correspondente ao da América Central, tropical. Nas regiões montanhosas do México e da América Central, é possível se observarem temperaturas amenas, mas, no geral, apresenta uma vegetação de floresta tropical.

 

 

 

Economia

Em termos econômicos, essa região é marcada por uma grande desigualdade e dependência, entre os países que a compõem e internamente. Em 2010, o PIB dessa região foi de US$5,2 trilhões. O Brasil é a principal economia, seguido pelo México e pela Argentina. A renda per capita é mais elevada nos paraísos fiscais, como as Ilhas Cayman e as Bahamas, que alcançam o valor de US$22 mil. O modelo de desenvolvimento da América Latina ora é liberal, ora é estatizante.

 

Industrialização

A industrialização nessa região foi tardia, iniciando-se durante o século XX. Isso gerou uma grande dependência financeira dos países já industrializados. No contexto da globalização, tal situação se agravou, uma vez que o eixo industrial migrou com grande intensidade para o Sudeste Asiático, com sua mão de obra barata e qualificada. O aspecto educacional foi sempre um empecilho a esse processo, o que dificulta o desenvolvimento de tecnopolos na região. Mesmo assim, Brasil, México e Argentina apresentam importantes parques industriais. Todavia, esse processo de industrialização foi e é marcado pela presença de transnacionais, que buscam a região pela abundância de mão de obra, enorme potencial em recursos naturais e grandes perspectivas de consumo com o crescimento econômico da região. Os setores da indústria automobilística, alimentícia, siderúrgica, eletroeletrônica, química e agroindústria são dominados por essas empresas, o que dificulta o crescimento de empresas nacionais.

 

Narcotráfico e outros problemas da América Latina

Entre os principais problemas que são possíveis de se destacar para a região, encontram-se: enormes desigualdades sociais, de renda e oportunidade; dependência financeira de organismos internacionais, como o FMI e o Banco Mundial; dependência tecnológica das nações desenvolvidas; e, por fim, o narcotráfico.

O narcotráfico é um grave problema na estrutura econômica e social da região. Afeta a qualidade de vida, com o aumento da violência e da insegurança, bem como a confiabilidade das instituições governamentais. A região é a maior produtora e exportadora de cocaína do mundo, sendo Colômbia, Peru e Bolívia os destaques desse processo. A situação abrange desde cartéis bilionários até microtraficantes nas comunidades espalhadas pelos países.