Países ricos ou industrializados
3ª Rev. Industrial e os tecnopólos
Crise fordista e a redistribuição da indústria
Tigres asiáticos e a plataforma de exportação
Industrialização de países pobres
A Terceira Revolução Industrial (1970) alterou profundamente as formas produtivas que se davam até então. Comparando brevemente, sabe-se que no fordismo a produção era padronizada e em massa, ou seja, se produzia mais para atingir mais mercados. Essa lógica provocou algumas crises de superprodução, uma vez que nem sempre se conseguia vender tudo que se produzia. Com a evolução das tecnologias de comunicação e transporte muitas alterações nessa lógica se tornaram possíveis, se materializando na criação de indústrias que focavam em outras formas de realizar a logística da produção. Evita-se a produção em massa em função da produção de acordo com demanda. Para estimular o consumo e criar a demanda, investe-se em produtos personalizados e diversos, de acordo com as necessidades e características de cada cliente. Então, se anteriormente se vendia um único modelo de geladeira por exemplo, atualmente temos menores, maiores, frost free, com bebedouro na porta. E você pode escolher de acordo com suas necessidades mais específicas.
Essa alteração no padrão produtivo só é possível pelo desenvolvimento tecnológico, os produtos cada vez mais carregados de informação e tecnologia. Quanto mais tecnologia e inovação presente num produto, maior o valor agregado a ele, ou seja, maior o preço final. Desta forma, a informação empregada ao produto é o que da importância a ele.
Por exemplo: se uma empresa descobre como gerar a maior velocidade de internet, ou quem descobre como fazer uma câmera de celular mais eficiente, tera destaque e sairá a frente. Os países passam a competir e comprar a informação para desenvolver os produtos. Nesse sentido, surge um importante conceito
Patente: registro de marca ou de tecnologia. O país que descobre a tecnologia e a registra pode vender para todo o mundo com a globalização. Ou seja, quem é o dono da informação tem muito poder atualmente.
A terceira revolução industrial portanto é chamada também de revolução técnico científico informacional, pois nela a pesquisa tecnológica, indústria e mercado se unem para criar um novo modelo de produção, muito mais eficiente e competitivo a nível mundial. Isso permite um maior fluxo de informação ao redor do mundo. O modelo produtivo dessa revolução indústrial é o Toyotismo. Entenda melhor suas características
Isso não significa que todos os países e pessoas sejam inseridas de maneira igualitária nesse processo. Os países que desenvolveram as revoluções industriais primeiro, de maneira geral, saem a frente na produção tecnológica, o que tem muito valor nesse contexto. Nesse sentido, os países subdesenvolvidos exportam matéria prima menos valorizada, de menor valor agregado, o que demanda também maior exploração dos recursos naturais, enquanto os países ricos compram a matéria prima e encrementam na logistica, exportando a capacidade tecnológica, com muito maior valor agregado. São nesses países portanto que vão estar as industrias mais complexas, mais desenvolvidas. O desenvolvimento das tecnologias de comunicação e transporte permitem também a desconcentração industrial a nível internacional. A industrialização dos países subdesenvolvidos aconteceu de maneira tardia e contou com o auxílio financeiro dos países mais ricos, que se industrializaram primeiro, para se modernizarem. Isto ocorreu por meio da abertura comercial e econômica. Desse modo, os países subdesenvolvidos e alguns emergentes, contaram com a transferência de partes menos tecnologicas das indústrias desses países mais ricos, viabilizando sua inserção no mercado internacional de modo mais competitivo e diferenciado do que o anterior.
Tecnopólos – centros de pesquisa onde as tecnologias são desenvolvidas. Num mundo onde a tecnologia e as pesquisas de mercado tem muito valor, são essas áreas que ganham muito investimento e estão concentradas nos países mais ricos. Se associam a pólos universitários junto com empresas que captam essa mão de obra qualificada, recebem investimento e tecnologia de ponta. Lá se desenvolve a logística, e as pesquisas de mercado, revelando um caratér mais competitivo das vendas e dos modelos de produção no mundo. Outro ponto importante é que nessa competição de desenvolvimento tecnológico uma tecnologia supera a outra muito rápido, aumentando o ritmo de consumo, da atividade industrial e do descarte, pressionando também os recursos naturais.
Desconcentração produtiva
A dinâmica da globalização, possibilitada pela revolução técnica (transporte e comunicação) da Terceira Revolução Industrial, permitiu que as indústrias se espalhassem pelo mundo. O termo industrialização deixou de estar associado apenas aos países ricos. A localização industrial passou a ser definida pelas vantagens competitivas, como a flexibilização das leis trabalhistas, ambientais ou as mais diferentes isenções fiscais. Isso provocou a denominada Guerra dos Lugares ou Guerra Fiscal. Nesse processo, as regiões excluídas tendem a ficar cada vez mais de fora, pois não conseguem oferecer tais demandas.
A partir da década de 1990, intensificou-se o processo de inserção do Brasil no mundo globalizado. A abertura econômica fez com que diversas indústrias nacionais, acostumadas a políticas de proteção governamental, fechassem as portas ou fossem vendidas para grandes grupos. Ao mesmo tempo, os estados e municípios passaram a competir para conquistar as unidades fabris das indústrias. É nesse momento que, pela primeira vez, se observa uma relativa desconcentração industrial no Brasil.
Parte dos estabelecimentos empresariais fundados antes de 1969 e depois de 1995