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A anti-lírica cabralina

O professor Diogo Mendes fala sobre João Cabral de Melo Neto. Confira!

Poesia substantivada

Pedra: símbolo do atrito

Metapoema

Recursos estilísticos

Preocupação social

Morte e Vida Severina

João Cabral de Melo Neto


João Cabral de Melo Neto (1920-1999) foi um poeta e diplomata brasileiro. Nascido no Recife, em Pernambuco, filho de Luís Antônio Cabral de Melo e Carmem Carneiro Leão Cabral de Melo, passou sua infância entre os engenhos da família nas cidades próximas. Amante da literatura brasileira, lia tudo o que tinha acesso, sendo na instituição de ensino ou na cada de familiares. Na atualidade, Cabral é considerado um dos maiores poetas brasileiros, recebendo o Prêmio da Poesia, do Instituto Nacional do Livro, o Prêmio Jabuti da Academia Brasileira do Livro e o Prêmio da União Brasileira de Escritores, pelo livro “Crime na Calle Relator”.

O autor de "Morte e Vida Severnina" publicou sua primeira coletânea de poemas em 1942, com o livro "Pedra do Sono", em que predomina uma atmosfera de surrealismo e fantasia vaga. Assim, após a publicação, e após se tornar amigo do poeta Joaquim de Cardoso e do pintor Vicente do Rego Monteiro, decide se mudar para o Rio de Janeiro, aprofundando sua escrita versificada. Após uma longa trajetória na diplomacia e escrita, no início dos anos 90 começa a sofrer cegueira, fato que o leva a depressão. João morreu em 1999, no Rio de Janeiro, devido a um ataque cardíaco. Embora sua trajetória tenha encerrado, sua poesia perdura até os dias de hoje.

Desse modo, é importante não esquecer que o autor é encontrado no contexto pós-moderno da literatura, não só pelo seu contexto histórico, como também pela liberdade na produção escrita. De modo direto e objetivo, é visto que Cabral não busca um lirismo em sua poesia, visto que sua principal fonte de produção está na crítica da realidade. Em outras palavras, a busca por versos sintéticos, resumidos, mas que trazem alto teor de análise são frequentemente vistos, além da utilização da metalinguagem e de fortes referências à poesia marginal. A linguagem mais solta e cotidiana abre espaço para que o eu-lírico possa se aventurar nos desdobramentos de um país desigual e necessário de reflexão.