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Resolução da questão número 1, da FUVEST.

Neste vídeo, o professor Diogo Mendes resolve uma questão da prova da FUVEST sobre o prólogo de Memórias Póstumas de Brás Cubas. http://desconversa.com.br/wp-content/uploads/2015/02/Materialdeapoioextensivo-literatura-exercicios-memorias-postumas-bras-cubas.pdf

Discussão das respostas das letras A e B da questão 1.

A questão 2 analisa o trecho que relata o encontro dos dois personagens.

A questão 3 analisa três trechos de Memórias Póstumas de Brás Cubas.

A questão 4 compara os textos de Almeida Garret e Machado de Assis.

Memórias Póstumas de Brás Cubas 

Sobre o autor: Machado de Assis 

Joaquim Maria Machado de Assis, nascido em 1839, na cidade do Rio de Janeiro, é considerado um dos maiores autores brasileiros de todos os tempos. Embora tenha uma trajetória literária característica, e tenha escrito obras românticas, bem como outras manifestações que não se limitam apenas aos romances, ficou conhecido como o pioneiro do Realismo Brasileiro, a partir da escrita de "Memórias Póstumas de Brás Cubas", em 1881. Sendo a ironia um dos seus principais mecanismos de escrita, buscou analisar a sociedade, evidenciando as hipocrisias cotidianas, por meio de contos, crônicas, romances, etc.

"Memórias Póstumas de Brás Cubas"

A história já se inicia com um ponto interessante, pois Brás Cubas, o narrador e principal personagem da obra explica que irá narrar alguns acontecimentos ao longo de sua vida, mas com um diferencial: como um defunto autor. Dessa forma, o posicionamento crítico e de julgamento do narrador é produzido da forma que lhe convém, sem amenizações ou receio do que os outros podem pensar, já que o protagonista se encontra morto.

Com bastante digressões temporais, Brás Cubas narra a sua vida – após retornar de seus estudos na Europa – abordando as futilidades de um jovem pertencente à classe nobre e suas relações com outros personagens. É necessário atentar-se para o modo que os outros envolvidos na trama estão apresentados, ajudando a construir o caráter de Brás Cubas. Na infância, o protagonista descreve sua personalidade agressiva e de empoderamento sobre o escravo Prudêncio, além de descrever brevemente a amizade que teve com Quincas Borba. Na adolescência, destaca-se o envolvimento amoroso com Marcela, uma prostituta de luxo, e a descrição de um relacionamento movido a interesses, como o próprio trecho da obra diz: “Marcela amou-me durante quinze meses e onze contos de réis.”

Já na vida adulta, Brás Cubas narra seu romance adúltero com Virgília, esposa do político Lobo Neve e desmascara a hipocrisia das relações, mantidas para manter as aparências e os valores morais da sociedade. Além disso, temos a presença da personagem Nhã Loló, com quem Brás Cubas se casaria, mas essa acaba falecendo precocemente; o desprezo por Eugênia, o reencontro com Prudêncio (que se tornara senhor de escravos) e o tratamento com Dona Plácida, escrava que ajudava o protagonista a ocultar seus romances adúlteros.

Brás Cubas relata sua inserção na vida política, era um deputado, mas exercia a profissão de forma amena, sem alguma dedicação ao cargo, acomodado aos benefícios propiciados pela classe social em que estava inserido. Outro ponto significativo, é que o personagem se envolveu com projetos sociais de caridade, ações beneficentes, mesmo que, internamente, não apresentasse nenhum tipo de compaixão ou solidariedade pelos atos proferidos. É importante destacar que a narrativa é marcada pela quebra que expectativa que o narrador incita no leitor, o tom irreverente e irônico sobre as relações humanas e a mediocridade de sua vida, marcada pela arrogância e melancolia da existência vazia do próprio personagem.