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Apresentação do enredo e personagens principais

O professor Diogo Mendes analisa o livro "Quincas Borba". Confira!

Humanitismo

Ao vencedor as batatas

Bivocalismo da consciência

A audácia de Rubião

Sobre o autor

Joaquim Maria Machado de Assis, nascido em 1839, na cidade do Rio de Janeiro, é considerado um dos maiores autores brasileiros de todos os tempos. Embora tenha uma trajetória literária característica, e tenha escrito obras românticas, bem como outras manifestações que não se limitam apenas aos romances, ficou conhecido como o pioneiro do Realismo Brasileiro, a partir da escrita de "Memórias Póstumas de Brás Cubas", em 1881. Sendo a ironia um dos seus principais mecanismos de escrita, buscou analisar a sociedade, evidenciando as hipocrisias cotidianas, por meio de contos, crônicas, romances, etc.

"Quincas Borba" 

Após a morte de Quincas Borba, narrada no livro em primeia pessoa, "Memórias Póstumas de Brás Cubas", marco inicial do Realismo brasileiro, a fortuna deixada por ele foi herdada por seu colega e professor de Barbacena, Rubião. Não somente a fortuna chega nas mãos do moço, como também é lhe dada a tarefa dos cuidados de Quincas Borba, o cachorro do antigo falecido. Dessa maneira, o homem, recém enriquecido, decide residir na cidade do Rio de Janeiro, e já no trajeto conhece Sofia e Cristiano, um casal que irá auxiliar no processo de crescimento social, apresentando ao homem contatos da corte. Desse modo, é gerado o interesse de Rubião na mulher, Sofia, fato que irá ser desenvolvido no decorrer restante da narrativa cômica, realista e analítica. 

Humanitismo

Em "Memórias Póstumas de Brás Cubas", Machado apresenta aos leitores a teoria do "Humanitismo". Assim como a seleção natural baseada de Charles Darwin, do final do século XIX, a filosofia também corresponde à ideia de sobrevivência dos mais aptos, além de enxergar momentos de conflito, como a guerra, como espaços para a seleção da espécie. Assim, a filosofia de Quincas Borba defende que Humanitas é uma substância da qual emanam e para qual convergem todas as coisas - sendo isto o princípio de tudo que existe. E, dessa maneira, com a finalidade de explicar essa filosofia de seleção natural, Machado de Assis apresenta a oração "Ao vencedor, as batatas!", seguido da analogia presente no livro:

"Supõe tu um campo de batatas e duas tribos famintas. As batatas apenas chegam para alimentar uma das tribos que assim adquire forças para transpor a montanha e e ir à outra vertente, onde há batatas em abundância; mas, se as duas tribos dividirem em paz as batatas do campo, não chegam a nutrir-se suficientemente e morrem de inanição. A paz nesse caso, é a destruição; a guerra é a conservação. Uma das tribos extermina a outra e recolhe os despojos. Daí a alegria da vitória, os hinos, aclamações, recompensas públicas e todos os demais feitos das ações bélicas. Se a guerra não fosse isso, tais demonstrações não chegariam a dar-se, pelo motivo real de que o homem só comemora e ama o que lhe é aprazível ou vantajoso, e pelo motivo racional de que nenhuma pessoa canoniza uma ação que virtualmente a destrói. Ao vencido, ódio ou compaixão; ao vencedor, as batatas”.