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Introdução ao conto

O professor Diogo Mendes analisa vários aspectos do conto "O Espelho" de Machado de Assis. Confira!

Alma externa x Alma interna

Desestruturação da personalidade

Experiência enlouquecedora

Reflexões

Machado de Assis

Joaquim Maria Machado de Assis, nascido em 1839, na cidade do Rio de Janeiro, é considerado um dos maiores autores brasileiros de todos os tempos. Embora tenha uma trajetória literária característica, e tenha escrito obras românticas, bem como outras manifestações que não se limitam apenas aos romances, ficou conhecido como o pioneiro do Realismo Brasileiro, a partir da escrita de "Memórias Póstumas de Brás Cubas", em 1881. Sendo a ironia um dos seus principais mecanismos de escrita, buscou analisar a sociedade, evidenciando as hipocrisias cotidianas, por meio de contos, crônicas, romances, etc. 

Conto "O Espelho" 

Desse modo, a análise em questão faz referência ao conto "O Espelho", texto escrito em 1882. A história se resume na vida de Jacobina, um homem de meia idade e de origem humilde, que ascende socialmente por conta de seu trabalho na carreira militar. Em um determinado dia, decide realizar um encontro entre amigos e, no meio do evento, em que muito se discutia sobre a alma, vida e questões metafísicas, não lhe é gerado interesse suficiente para participar da conversa. No entanto, quando indagado sobre o assunto, decide narrar uma experiência pessoal, defendendo a ideia de que cada indivíduo possui duas almas: a interior e a exterior. 

E assim, por meio de sua narrativa, é criada a construção para o leitor sobre os papéis que o ser humano exerce em meio à sociedade: essência versus poderio material, vida privada versus vida íntima. Por meio do aprofundamento intenso sobre o ser, Machado de Assis consegue evidenciar que o nosso "eu-externo" é ligado à vida externa, ao comportamento público e às nossas condutas a partir das obrigações implícitas pelas regras de conduta. Dessa maneira, e com o intuito também pessimista, Jacobina transmite para o leitor que, na sociedade vigente, a importância é dada muito mais ao que é externo, e não tanto para a real essência de cada um.