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Revisão de Funções da Linguagem

Nesse vídeo, o prof. Valladares revisa as funções da linguagem – diferenciando-as das figuras de linguagem –, partindo da contextualização dos elementos da comunicação. Veja!

Elementos Gramaticais das Funções da Linguagem

Funções da Linguagem em Fernando Pessoa

Funções da Linguagem e Gênero Textual

Você já deve saber que podemos utilizar vários recursos para nos comunicarmos com alguém, como gestos, imagens, músicas ou olhares. No entanto, a linguagem é a forma mais abrangente e efetiva que possuímos e, dependendo de nossa mensagem, podemos fazer inúmeras associações e descobrir o contexto ou a circunstância que aquela intenção comunicativa foi construída.

Existem dois tipos de linguagem, a verbal e a não-verbal. Na primeira, a comunicação é feita por meio da escrita ou da fala, enquanto a segunda é feita por meio de sinais, gestos, movimentos, figuras, entre outros.

A linguagem assume várias funções, por isso, é muito importante saber as suas distintas características discursivas e intencionais. Em primeiro lugar, devemos atentar para o fato de que, em qualquer situação comunicacional plena, seis elementos estão presentes:

  • Emissor: É o responsável pela mensagem. É ele quem, como o próprio nome sugere, emite o
    enunciado.
  • Receptor: A quem se direciona o que se deseja falar; o destinatário.
  • Mensagem: O que será transmitido, a “tradução” de uma ideia.
  • Referente: O assunto, também chamado de contexto.  
  • Canal: Meio pelo qual será transmitido a mensagem.  
  • Código: A forma que a linguagem é produzida.

Cada uma das seis funções que a linguagem desempenha está centrada em um dos elementos acima, ou na forma como alguns desses elementos se relacionam com os outros. Veja a seguir:

a) Emotiva: De forma simplista, pode-se dizer que expressa sentimentos, emoções e opiniões. Está centrada no próprio emissor – e, por isso, aparece na primeira pessoa do discurso.

Exemplo:
Que me resta, meu Deus? Morra comigo
A estrela de meus cândidos amores.
Já que não levo no meu peito morto
Um punhado sequer de murchas flores.

(Álvares de Azevedo)

Aqui, devemos observar marcas de subjetividade do emissor, como seus sentimentos e impressões a respeito de algo expressados pela ocorrência de verbos e pronomes na primeira pessoa, adjetivação abundante, pontuação expressiva (exclamações e reticências), bem como interjeições.

b) Conativa ou Apelativa: Procura influenciar o receptor da mensagem. É centrada na segunda pessoa do discurso e bastante comum em propagandas. Exemplo:

Essa função encerra um apelo, uma intenção de atingir o comportamento do receptor da mensagem ou chamar a sua atenção. Para identificá-la, devemos observar o uso do vocativo, pronomes na segunda pessoa, ou pronomes de tratamento, bem como verbos no modo imperativo.

Tente outra vez
(Raul Seixas)
Veja
Não diga que a canção está perdida
Tenha fé em Deus, tenha fé na vida
Tente outra vez

Beba
Pois a água viva ainda está na fonte
Você tem dois pés para cruzar a ponte
Nada acabou, não não não não

Disponível em: https://www.vagalume.com.br/raul-seixas/tente-outra-vez.html

Disponível em: https://www.cnm.org.br/index.php/comunicacao/noticias/campanha-da-cnm-orienta-municipios-no-enfrentamento-
ao-novo-coronavirus

c) Metalinguística: Refere-se ao próprio código.

Por exemplo:
- A palavra “analisar” é escrita com “s” ou com “z”?
- “Analisar” se escreve com “s”, Marcelo.
Consiste no uso do código para falar dele próprio, ou seja, o discurso faz menção a si mesmo. Pode ser encontrada, por exemplo, nos dicionários, em poemas que falam da própria poesia, em músicas que falam da própria música.

Veja outros exemplos:

Disponível em:
https://www.google.com/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Fwww.revistas.unijui.edu.br%2Findex.php%2Fcontextoeducacao%2Farticle%2
Fview%2F373%2F2590&psig=AOvVaw2FXUdHTvjIXSylOekTM8HX&ust=1596626293921000&source=images&cd=vfe&ved=0CAIQjRxqFwoTCJC-n8u2gesCFQAAAAAdAAAAABAD

 

Trecho da música “Meu novo mundo” da banda Charlie Brown Jr
(…)
Fiz essa canção pra dizer algumas coisas
Cuidado com o destino
Ele brinca com as pessoas
Tipo uma foto com sorriso inocente
Mas a vida tinha um plano e separou a gente
(…)

Disponível em: https://www.letras.mus.br/charlie-brown-jr/meu-novo-mundo/

Disponível em: https://www.instagram.com/p/CC3WTeZDwn9/?igshid=1lrr3a1wb5gbo

Disponível em: https://www.instagram.com/p/CC3WTeZDwn9/?igshid=1lrr3a1wb5gbo

d) Função Fática
A função fática está centrada no canal, ou seja, no meio pelo qual se propaga ou transmite uma mensagem.
Nesse caso, a finalidade é testar, estabelecer, prolongar ou interromper o processo de comunicação entre o
emissor e o receptor. Veja o exemplo:
— Olá, como vai? 
— Eu vou indo e você, tudo bem? 
— Tudo bem... 

A função fática envolve o contato entre o emissor e o receptor, seja para iniciar, prolongar, interromper ou simplesmente testar a eficiência do canal de comunicação. Na língua escrita, qualquer recurso gráfico utilizado para chamar atenção para o próprio canal (negrito, mudar o padrão de letra, criar imagem com a distribuição das palavras na página em branco) constitui um exemplo de função fática. No exemplo acima, as marcas linguísticas “Olá”, “como vai?” e “tudo bem?” são recursos utilizados para estabelecer a comunicação.

e) Função Poética
A função poética está centrada na mensagem, ou seja, o que está em destaque é a forma como ela é construída, de forma criativa. É, portanto, o trabalho poético realizado em um determinado contexto. Por exemplo:
“De repente do riso fez-se o pranto 
Silencioso e branco como a bruma 
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.”
(Vinícius de Morais) 

Como destaca a própria mensagem, a função poética existe, predominantemente, em textos literários, resultantes da elaboração da linguagem, por meio de vários recursos estilísticos que a língua oferece. Contudo, é comum, hoje, observarmos textos técnicos que se utilizam de elementos literários para poder evidenciar um determinado sentido. Cabe destacar, também, que essa função utiliza vários recursos gramaticais, tais como: figuras de linguagem, conotação, neologismos, polissemia, etc.

f) Função Referencial
A função referencial, também conhecida como informativa ou denotativa, está centrada no contexto, ou seja, no referente. O objetivo dessa função é transmitir o assunto da mensagem de maneira objetiva, direta e impessoal. Veja o exemplo abaixo:
“Cientistas da Universidade de Oxford, no Reino Unido, anunciaram nesta segunda-feira (20) que, de acordo com resultados preliminares, a vacina da universidade para a Covid-19 é segura e induziu resposta imune no corpo dos voluntários. Os resultados, que já eram esperados pelos pesquisadores, se referem às duas primeiras fases de testes da imunização. A terceira fase está ocorrendo no Brasil, entre outros países. O
efeito deve ser reforçado após uma segunda dose da vacina, segundo os cientistas.

Disponível em: https://g1.globo.com/bemestar/vacina/noticia/2020/07/20/vacina-de-oxford-para-covid-19-e-segura-
e-induz-resposta-imune-anunciam-cientistas.ghtml

Como a finalidade é destacar a mensagem, utiliza-se determinadas marcas gramaticais, tais como: o uso da 3ª pessoa, denotação, impessoalidade, predominância de frases declarativas e precisão. Essa função pode ser encontrada em textos jornalísticos, científicos, didáticos, etc.

IMPORANTE!
É muito comum que, em um mesmo texto, haja a manifestação de mais de uma função da linguagem.