Exclusivo para alunos

Bem-vindo ao Descomplica

Quer assistir este, e todo conteúdo do Descomplica para se preparar para o Enem e outros vestibulares?

Saber mais

As alianças do Estado Moderno

Abordaremos neste vídeo questões como a representatividade do Rei e como ela é validada. A sua relação de com o clero, a nobreza e a burguesia são explicitadas, mostrando como funcionava o sistema de troca entre os mesmos.

O absolutismo monárquico e seus teóricos

A sociedade aristocrática de privilégios

O Mercantilismo

Antigo regime europeu

Crise do Século XIV e Centralização Política

O renascimento comercial ocorreu em paralelo a um renascimento urbano, já que uma série de inovações nas técnicas agrícolas permitiram o aumento da produção e, como consequência disso, o crescimento populacional. O aumento da população permitiu o crescimento das cidades, áreas externas aos feudos que eram chamados de “burgos”.  Esse processo, no entanto, foi freado em fins do século XIII, quando  agravaram-se as contradições entre o campo e a cidade da Idade Média. A produção agrícola não respondia às exigências das cidades em crescimento e as terras férteis eram cada vez mais escassas. Somado a este cenário, um período de fortes chuvas destruiu os campos e colheitas, contribuindo para que a Europa medieval fosse mergulhada em um período de fome e miséria.  Como consequência da fome, epidemias se alastraram trazendo intensa mortalidade à população.  A principal deles foi a  peste negra, que amedrontou a população e abalou a economia. Cidades ricas foram destruídas e abandonadas pelos seus habitantes. Os servos morriam e as plantações ficavam destruídas por falta de cuidados. Nesse contexto de crise, os senhores feudais começaram a receber menos tributos diminuindo seus rendimentos e, para manter a cobrança de impostos, intensificaram a exploração dos camponeses e servos.

O recrudescimento da exploração feudal sobre os servos contribuiu para as revoltas camponesas que se espalharam pela Europa no século XIV. A mortalidade trazida pelas chuvas, fome e peste negra foi ainda ampliada pela longa guerra entre os reis da Inglaterra e França, que entre combates e tréguas, durou mais de um século (1337/1453): a Guerra dos Cem Anos.

A solução para este cenário de crise foi justamente a centralização do poder político, que levou a formação dos Estados Nacionais Modernos e do Absolutismo. Ele foi fruto de um processo que levou ao fortalecimento do poder dos reis, caminho encontrado para supressão das revoltas camponesas. A nobreza feudal, que detinha poder político sobre o feudo, se tornou uma nobreza cortesã detentora de privilégios na nova ordem vigente. Foi, assim, essa aliança entre o rei e a nobreza que promoveu a centralização do poder político nas mão dos reis absolutistas. Com a formação dos Estados Nacionais Modernos houve a criação de uma burocracia administrativa, a criação de um exército nacional para estabelecer ordem pública na sociedade, a unificação das leis e o surgimento de tarifas e tributos unificados. Nesse processo, a burguesia garantiu elementos que levaram ao seu fortalecimento econômico,  como a unificação dos pesos, medidas e moedas e a dissolução dos impostos feudais.

O primeiro reino a utilizar o modelo de Estado Moderno foi Portugal. Ali, a centralização política ocorreu como consequência de campanhas militares da Guerra da Reconquista - que objetivavam recuperar os territórios da Península Ibérica dominados pelos mouros - , assim como na Espanha. Já na França, a vitória sobre a Inglaterra na Guerra dos Cem Anos (1337 - 1453) firmou as bases para a consolidação do Estado Moderno, enquanto na Inglaterra, o processo se deu após a Guerra das Duas Rosas (1455 - 1485).

 

A queda do Antigo Regime.

A formação dos Estados Modernos, ao longo dos séculos XV, XVI, XVII e XVIII se tornou cada vez mais centralizadora, tornando muitas vezes a figura do Rei como a imagem do próprio Estado. Essa centralização, os inúmeros privilégios da monarquia e a intervenção do Estado na economia, com as práticas mercantilistas, formou um regime conhecido como o Absolutismo. Esse regime passou a se desgastar com a Revolução Inglesa, no século XVII e com a Revolução Francesa, em 1789.

Esses processos revolucionários, sobretudo a Revolução Francesa, foram influenciados pelas ideias iluministas e colocou fim ao agora chamado de "Antigo Regime" francês. Devido às dimensões que este processo revolucionário tomou, a maioria dos historiadores considera que ele marcou o fim da Idade Moderna e o início a Idade Contemporânea.

O movimento, considerado uma Revolução Burguesa, precisa ser entendido a partir de especificidades sociais, econômicas, políticas e culturais na França.  À medida em que consolidavam seu poder econômico e seus valores intelectuais – através do Iluminismo – setores cada vez mais amplos da burguesia entravam em choque com o absolutismo monárquico, o mercantilismo e a instituições do Antigo Regime.

A sociedade francesa era dividida em três estamentos. O primeiro e o segundo – clero e nobreza, respectivamente – detinham privilégios e, além de não pagarem impostos, controlavam as terras e possuíam os principais cargos administrativos. A situação do terceiro estado era diversa. Independente da função exercida, todos os indivíduos dessa ordem precisavam pagar impostos, seja diretamente ao rei ou prestando obrigações servis (no caso dos camponeses).

Dentre os fatores que resultaram na Revolução Francesa podemos destacar a crise pela qual passava a  economia francesa às vésperas de 1789.  No setor agrícola, crises climáticas frequentes, ao longo da década de 1780, provocaram uma onda de fome e revolta. Para aumentar a arrecadação recaíam sobre os camponeses imposições de todo tipo,  como os impostos reais, além das obrigações em dinheiro. A crise econômica foi agravada pelo envolvimento da França na Guerra dos Sete Anos e  nas Guerras de Independência das Treze colônias , assim como pelos excessivos gastos da corte.

A desastrosa administração financeira realizada na França desde Luís XV chegou ao ápice com Luís XVI, no trono desde 1774. Diante da crise, o então ministro das finanças, Necker, propôs a convocação do Estados Gerais – uma reunião com representantes das três ordens sociais – onde sugeriu a cobrança geral de impostos, ou seja, a extensão do tributos ao primeiro e ao segundo estado. Luís XVI atendeu à primeira recomendação, convocando os Estado Gerais para discutirem a crise orçamentária.