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Questões sobre o Pós-Primeira Guerra

A República de Weimar ocorreu na Alemanha vencida no pós-primeira guerra. Além disso, o nazifascismo surgiu, de modo a conter o socialismo que estava em expansão.

Questões sobre Nazifascismo

Questões sobre o Entreguerras

Fascismo italiano, república de Weimar e nazismo 

Apesar de vitoriosa na Primeira Guerra, a Europa não pôde evitar a crise generalizada causada pela desorganização econômica e o avanço das ideias comunistas após a Revolução Russa. Nessa conjuntura, verificou-se a formação de movimentos de caráter extremamente autoritário, com forte apelo nacionalista, como o fascismo, na Itália, e o nazismo, na Alemanha. Inimigos do marxismo e da democracia, o fascismo e o nazismo souberam capitalizar o ressentimento social e nacional nas duas nações.

Fascismo italiano

Apesar de ter combatido na Primeira Guerra ao lado da Entente, a Itália não conseguiu – ao fim da guerra – anexar todos os territórios pretendidos, o que provocou grande descontentamento contra as principais potências mundiais. Além disso, no plano social, o país sofria com a recessão, o desemprego e a inflação, em um período marcado por uma grave crise econômica. Nesse contexto, o movimento sindical italiano se radicalizou e o Partido Socialista conquistou milhares de adeptos.  A ampliação das greves e do movimento de trabalhadores fez com que os anos entre 1918 e 1920 ficassem conhecidos como Biênio Vermelho.

Temendo o fortalecimento do movimento operário, a burguesia italiana passou a olhar com simpatia para o fascio di Combattimento, uma organização paramilitar fundada em Milão em 1919 por Benito Mussolini. O nome do movimento estava relacionado a um dos símbolos do Império Romano, um feixe (fascio) de varas. Ao adotá-lo, Mussolini pretendia sugerir que seu movimento – o fascismo – resgataria a grandeza perdida da Itália. Organizados como um corpo militar, uniformizados com camisas negras, os militantes fascistas distinguiam-se pela rígida disciplina. Diante do contexto de crise e fortalecimento das ideias de esquerda, os fascistas rapidamente se espalharam pelo país se opondo ao movimento operário e as ideias defendidas pelos comunistas.

Em 1921, eles se transformaram no Partido Nacional Fascista, com cerca de 200 mil filiados. Em 1922, milhares de fascistas saíram em manifestação em um episódio conhecido como “Marcha sobre Roma”, que pode ser considerado uma demonstração de força do Partido. Pouco tempo depois, o rei italiano Vitor Emanuel III nomeou Mussolini para o cargo de primeiro-ministro.

Assim que assumiu o controle do governo,  Mussolini criou a Milícia Voluntária para Segurança Nacional, incorporando os esquadrões dos Camisas Negras e promovendo violentos ataques contra opositores. Manipulando eleições, conseguiram dois terços do legislativo italiano e passaram a impor uma série de leis de exceção, dissolvendo partidos de oposição e fechando seus jornais. Deputados oposicionistas foram expulsos do Parlamento, presos e deportados.

Mussolini passou a ser chamado de Duce (guia) e a governar mediante decretos, pondo em prática todo o seu autoritarismo.  Uma de suas principais medidas foi a Carta Del Lavoro (Carta do Trabalho), um eficiente instrumento de controle da classe operária. Com ela, o governo fascista sistematizou uma legislação trabalhista, combinando concessões aos trabalhadores com medidas repressivas.

Por um lado, estabeleceu a jornada de 8 horas de trabalho, por outro, proibiu greves e eliminou os sindicatos. O princípio da Carta del Lavoro era o corporativismo. Segundo esse sistema, os sindicatos deveriam desaparecer e dar lugar às corporações, organismos que reuniriam patrões e empregados.

Ao mesmo tempo, Mussolini procurou resolver a disputa entre o Estado italiano e a Igreja, oriunda das lutas de Unificação Italiana. O papa se recusava a reconhecer a autoridade do Rei sobre territórios que haviam pertencido à Igreja, com a chamada Questão Romana. Ela foi resolvida por Mussolini através do Tratado de Latrão de 1929, através do qual a Itália concedeu ao Vaticano o status de Estado Pontifício independente e, além disso, pagou cerca de 2 bilhões de liras como indenização à igreja pelos territórios perdidos. Em troca, o papa reconheceu a Unificação italiana. Essas decisões ampliaram ainda mais a popularidade do fascismo.

No plano econômico, depois de um período inicial de recuperação, a Itália foi atingida pela crise de 1929. Multiplicaram-se as falências, cresceu o desemprego e ressurgiram as ameaças grevistas. Para afastar o perigo, os fascistas reforçaram a vigilância e lançaram uma política de construção de obras públicas, assim como aumentaram a produção bélica. Com o objetivo de formar um império colonial, em 1935 enviou tropas à África e conquistou a Etiópia.

 

Características gerais  do fascismo:

·         Totalitarismo – Com a concentração do poder nas mãos de uma única pessoa, o Estado totalitário exerce uma política de total controle das esferas política, econômica, social e cultural, seguindo as exigências de quem se encontra no poder.

·         Militarismo – Tanto o nazismo quanto o fascismo construíram sociedades militarizadas por onde passaram, preparando a população para políticas de expansão, de retomada de territórios anteriormente perdidos e, consequentemente, para a proteção contra inimigos.

·         Nacionalismo - valorização exacerbada da cultura, símbolos (bandeiras, hinos, heróis nacionais) e valores da nação.

·         Anti-comunismo - os comunistas foram culpados pelos nazifascistas como sendo os grandes responsáveis pelos problemas sociais e econômicos existentes. Muitos comunistas foram perseguidos, presos e executados pelos nazifascistas da Alemanha e Itália.

·         Anti-liberalismo – Após os impactos no liberalismo, causados pela Grande Guerra e pela Crise de 1929, o nazifascismo se fortaleceu como uma crítica e oposição a este modelo do capitalismo, justamente por sua proposta de intervenção estatal na economia.