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Cortina de Ferro

Neste vídeo o professor William Gabriel fala sobre a Cortina de Ferro, termo utilizado por Winston Churchill, ex-primeiro ministro britânico, numa conferência em 1949.

Divisão Alemã

Socialismo Independente

Insurreição Húngara

Primavera de Praga

A Cortina de ferro

 

Enquanto no lado capitalista a Doutrina Truman orientou todo um sistema de defesa e consolidação dos ideais capitalistas e liberais, no lado oriental, a ocupação do Exército Vermelho e o Stalinismo garantiram a presença do socialismo com base no autoritarismo. Assim, uma linha de fronteiras conhecida como Cortina de Ferro separava os países do bloco capitalista da zona de influência soviética, que contava com os Estados satélites da Alemanha Oriental, Polônia, Hungria, Tchecoslováquia, Bulgária e Romênia e com as repúblicas soviéticas da Ucrânia, Armênia, Azerbaijão, Bielorrússia, Geórgia, Estônia Lituânia, Letônia e Cazaquistão.

No lado asiático, alguns países também fizeram parte da zona de influência soviética, demarcando a menos conhecida Cortina de Bambu, que contou com alguns governos socialistas como Laos, Mongólia e Vietnã. Vale destacar que, nesta esfera, as alianças socialistas ao longo do século XX foram muito mais instáveis, visto que o sucesso da revolução de Mao Tsé-Tung (1949) permitiu o surgimento de uma nova força socialista na região que atraiu regimes descontentes com a política soviética.

O muro de Berlim.


Na Conferência de Potsdam (1945), os chefes de Estado da URSS, da Inglaterra e dos EUA concordaram com a “desnazificação” da Alemanha e com a divisão de seu território em quatro zonas de influência, dividida entre os três países e a França. A União Soviética, que dominava o leste europeu com seu Exército Vermelho, acabou ocupando a maior parte, ficando com Berlim dentro de seu próprio território.

Os conflitos entre os países nas fronteiras das zonas de influência e na própria Berlim aumentaram ao longo dos anos e, em 1948, o ditador soviético Josef Stálin realizou uma estratégia conhecida como o Bloqueio de Berlim, que fechou todas as vias de acesso para a cidade, impedindo que as potências ocidentais entrassem ou saíssem da capital alemã. O bloqueio causou uma crise diplomática entre as potências e a morte de pessoas por fome em Berlim.

Entretanto, em 1949 o bloqueio foi superado graças aos esforços de missões aéreas que conseguiam enviar suprimentos para as pessoas presas na cidade. Por fim, essa crise foi resolvida com a divisão alemã em dois Estados, a República Federal da Alemanha (ocidente-capitalista) e a República Democrática Alemã (oriente-socialista). Com a grande quantidade de pessoas que migravam da parte ocidental para a oriental, em 1961, a URSS iniciou mais um bloqueio radical, mas, desta vez, com a construção de um muro de 66,5 km, dividindo Berlim e a Alemanha e simbolizando, enfim, a própria divisão global. 

O Muro de Berlim se tornou um símbolo tão importante para o mundo bipolar da Guerra Fria que a sua queda, em 1989, tornou-se um marco da própria crise desse momento geopolítico e considerado, para alguns historiadores, como o fim da Guerra Fria. Apenas alguns anos depois, em 1991, a Guerra Fria teria seu fim definitivo com a própria queda da URSS e o início de uma nova ordem mundial, globalizada e multipolar.

A Primavera de Praga (1968).


Ainda nesta tendência de questionamento ao autoritarismo soviético, um outro problema na década de 1960 para a U.R.S.S foi a chamada Primavera de Praga (1968). Este período teve início com a chegada de Alexander Dubcek ao poder na Tchecoslováquia, que promoveu uma série de reformas no país satélite soviético. As mudanças, realizadas por intelectuais do próprio Partido Comunista Tcheco, garantiriam aos cidadãos maior liberdade e ao país maior autonomia, promovendo assim uma política de socialdemocracia no país.

Portanto, dentre as reformas propostas pelo novo líder estava uma maior liberdade política, com o fim da hegemonia do partido Comunista, a liberdade de imprensa e judicial e até mesmo a revisão da Constituição, garantindo maiores direitos aos cidadãos. Essas mudanças, portanto, alinhariam as duas características dos blocos que pareciam impossíveis de coexistirem, a igualdade e a liberdade.

Buscando uma rápida contenção dessas políticas e evitando que esses ideais se espalhassem pela cortina de ferro, a U.R.S.S logo enviou suas tropas com tanques de guerra para ocuparem a capital de Praga e prenderam Dubcek, que foi obrigado a assinar um acordo abrindo mão das reformas. Assim, apesar das transformações não acontecerem, a população de Praga resistiu de forma bravíssima e não-violenta à ocupação soviética. Com estratégias simples, os tchecos pintaram placas de sinalização, realizavam greves, impediam a mobilização dos soviéticos e evitaram de todas as formas confrontos diretos, para que um massacre não ocorresse.