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Fases do crescimento populacional

Entenda como do século XVIII para o século XIX houve a passagem de um crescimento populacional lento para um gradual crescimento populacional e quais as causas desse processo.

Teorias populacionais

Pirâmides etárias

Casos especiais de população

Exercício de casa 1 sobre evolução da população

Exercício de casa 4 sobre teorias populacionais

Exercício de casa 7 sobre estruturas de população

Fases do crescimento populacional

O conceito de transição demográfica busca explicar o comportamento da população (natalidade e mortalidade) ao longo do tempo, identificando quando há uma mudança no perfil demográfico. Todos os países passariam por essas quatro fases abaixo, em diferentes momentos.

 

  • Primeira fase – pré-transição

Elevadas taxas de natalidade e mortalidade, que resultam em baixo crescimento vegetativo. Hoje, nenhum país se encontra nessa fase.

 

  • Segunda fase – transição da mortalidade

A taxa de natalidade se mantém elevada, porém, observa-se uma queda na taxa de mortalidade, devido à Revolução Industrial, à urbanização e à modernização da sociedade (conquistas médicas, sanitárias e tecnológicas). Tal comportamento resultou em um crescimento vegetativo elevado, acelerando o crescimento populacional em determinados países. Período também denominado explosão demográfica ou “Baby boom”. Alguns países africanos se encontram nessa fase.

  

  • Terceira fase – transição da fecundidade

A taxa de natalidade começa a diminuir devido à queda na taxa de fecundidade, enquanto a mortalidade se mantém baixa. Aos poucos, foram sendo rompidos os padrões culturais e históricos que se caracterizavam pela formação de famílias numerosas. Isso decorre do elevado custo de vida nas cidades e a maior independência da mulher, o que resultou na desaceleração do crescimento vegetativo. A maior parte dos países emergentes e subdesenvolvidos se encontra nessa fase.

 

  • Quarta fase – estabilização demográfica

As taxas de natalidade e mortalidade reduziram ao ponto que uma praticamente anula o efeito da outra. Observa-se um crescimento vegetativo próximo de zero ou, às vezes, negativo. Fase relacionada ao envelhecimento da população. A maioria dos países desenvolvidos se encontra nessa fase.

 

Mesmo que seja muito comum tentar associar uma data ou período a essas fases, é necessário um cuidado maior. Como são associadas às dinâmicas demográficas dos países e eles transitam por essas fases em períodos diferentes, não há, portanto, uma data certa para quando esses períodos ocorreram. Porém, pode-se dizer que o fim da primeira fase ocorreu com a Revolução Industrial na Europa e, desde então, podem-se observar essas diferentes fases nos países.

 

Principais teorias demográficas

 

  • Teoria Malthusiana

Formulada por Thomas Malthus, no final do século XVIII. Segundo ele, haveria um desequilíbrio entre o crescimento populacional e a disponibilidade de alimentos. Esse desequilíbrio levaria a um quadro de fome, pois Malthus acreditava que a população crescia em progressão geométrica (2, 4, 8, 16, 32, 64…), enquanto a produção de alimentos crescia em progressão aritmética (1, 2, 3, 4, 5, 6…).

O equívoco dessa teoria consiste no fato de que Malthus não previu que os avanços tecnológicos na agricultura e na indústria seriam capazes de aumentar a produção de alimentos, que se tornou muito além de necessária para sustentar a população.

 

  • Teoria Reformista ou Marxista

Surgiu a partir da formulação de diversos pensadores que contestavam a Teoria Malthusiana por defender os interesses burgueses e a manutenção dos estratos sociais como forma de conter o crescimento populacional. Segundo essa teoria, a desigualdade não estava na relação entre o número de pessoas e a produção de alimentos, mas sim na má distribuição de renda. Por se aproximar das teorias formuladas por Karl Marx, também ficou conhecida como Teoria Marxista. A Teoria Reformista defende que a solução para essa desigualdade seria a formulação de políticas públicas que visem a combater a pobreza e a aplicação de direitos trabalhistas que assegurem a renda do trabalhador.

 

  • Teoria Neomalthusiana

Após a Segunda Guerra Mundial, em 1945, a população mundial cresceu consideravelmente, uma grande explosão demográfica, tanto nos países desenvolvidos quanto nos subdesenvolvidos, que ficou conhecida como “Baby boom”. Disso surgiu a Teoria Neomalthusiana, pois, novamente, a população voltou a crescer, fazendo-se necessário um controle da natalidade através de métodos contraceptivos.

 

  • Teoria Ecomalthusiana

Essa é a teoria mais recente, segundo a qual o crescimento populacional exagerado exerce uma grande pressão sobre os recursos naturais, o que pode ser um risco irreversível para o futuro ao intensificarem-se impactos ambientais, como o aquecimento global e o desmatamento. Portanto, a solução seria o desenvolvimento sustentável. Alguns entendem que essa teoria é apenas uma vertente da Teoria Neomalthusiana. A crítica feita a essa teoria é o fato de que desconsidera o fator econômico como fundamental para compreender a pressão sobre os recursos naturais, uma vez que os países ricos são os que mais impactam o meio ambiente, apesar de apresentarem taxas de natalidade cada vez menores.

 

Casos especiais de população
 

Envelhecimento europeu

Grande parte dos países europeus se encontra na quarta fase da transição demográfica, em que se observa baixíssima taxa de natalidade e elevada expectativa de vida. Tal condição explica o maior quantitativo de idosos do que jovens na população desse continente. Isso faz com que alguns países europeus comecem a apresentar um crescimento vegetativo negativo, isto é, países como Rússia, Ucrânia e Alemanha observam a diminuição de sua população. Mesmo assim, o continente apresenta crescimento populacional, possível devido à forte atração de migrantes, o que equilibra essa balança em alguns desses países.

Todavia, recentemente, uma preocupação sobre os imigrantes (um tipo específico de imigrante, o refugiado) se instalou no continente. Devido à Guerra da Síria, milhares de pessoas foram forçadas a procurar refúgio em outros países, geralmente países vizinhos, como a Turquia. Um pequeno fluxo desses refugiados buscou países europeus. Mas, devido às dificuldades econômicas enfrentadas por alguns países europeus desde a crise econômica de 2008, essa imigração é erroneamente mal vista, sendo alvo de ações xenófobas e preconceituosas, o que gerou uma crise migratória no bloco europeu, questionando, inclusive, o Acordo de Schengen, que possibilita a livre circulação de pessoas dentro de alguns países da União Europeia.

 

China

O país possuí a maior população absoluta do mundo, com mais de 1,3 bilhões de habitantes, e essa está espacialmente concentrada nas regiões de planícies próximas ao litoral, na parte oriental do país. Devido ao tamanho de sua população, a China iniciou, na década de 1970, uma política de limitação da natalidade, denominada política do filho único. Apesar de encontrar resistência entre as populações, a taxa de natalidade caiu quase pela metade nas décadas seguintes. Somado a isso, o processo de urbanização também impulsionou a queda do número de filhos. Em 2012, a população urbana superou a quantidade de moradores das zonas rurais. Com isso, em 2015, a China flexibilizou a política, ampliando para dois filhos. Hoje, o país já estuda oferecer benefícios para que as famílias tenham seu segundo filho.