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Contexto da crise fordista

O modelo de produção conhecido como Fordismo teve seu auge nas décadas de 1950 e 1960, entrando em crise na década de 1970. Conheça o contexto da crise fordista.

Padronização e durabilidade dos produtos

Os estoques lotados

A pressão dos sindicatos

Nova distribuição da indústria

A lógica fordista de produção em massa e consumo em massa foi perfeita para a recuperação econômica americana com base no New Deal (1933). Os anos seguintes foram caracterizados por um grande crescimento econômico do mundo, principalmente após o fim da Segunda Guerra Mundial (1945). A estruturação do Sistema Bretton Woods, acordo para o gerenciamento da economia internacional foi fundamental para o crescimento econômico desse período, criando importantes mecanismos de defesa a crises capitalistas como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial.

O Fordismo viveu seu auge (anos dourados) durante as décadas seguintes, de 1950 a 1960, viabilizado pela política de Welfare States, ou Estado de Bem Estar Social. Após a crise liberal de 1929, houve uma política de estado forte e interventor na economia, que garantiu o giro de consumo e o reaquecimento da econômia. Isso levou o fordismo, mesmo com sua lógica de produção em massa e estoques, a chegar ao seu auge. Todavia, as características do Fordismo não se sustentaram por mais tempo e, com outros fatores econômicos, levaram a uma crise do modelo produtivo na década de 1970. O encarecimento da produção, os estoques cheios e padronizados e o desenvolvimento tecnológico foram as grandes razões para essa crise. Foram as razões para a crise do Fordismo:

  • Welfare States e os gastos públicos: Como dito, foi o período de forte intervenção estatal na econômia que garantiu o consumo e o Fordismo permaneceu em alta. Porém, os ganhos de direitos trabalhistas encareciam os gastos públicos, o que causa a consequente diminuição dos lucros. O lucro se dá a partir da diferença entre o gasto da produção e ganho bruto. Os direitos trabalhistas encarecem o valor da mão de obra, reduzindo o lucro final das empresas.
  • Desenvolvimento tecnológico: A inserção de tecnológia no processo produtivo também aumentava os custos de produção, assim como permitia maior conexão dos mercados internacionais. Com estados endividados, foram necessários medidas de abertura comercial e maior autonomia a iniciativa privada. O desenvolvimento das tencológias de comunicação e transporte que conectou os mercados gerou também novas organizações produtivas, como o Toyotismo, que superava vários problemas apresentados pelo Fordismo, que foi se tornando obsoleto no cenário competitivo.
  • Regime rígido e pouco adaptável: O caratér rígido e pouco adaptável do modelo de produção nas linhas de montagem não dinamizava a superação problemas. O custo da produção aumentava, enquanto os estoques ficavam cheios, o que barateava o produto pela alta disponibilidade já produzida. O fordismo no entanto não alterava o perfil de produção, nem tampouco as relações trabalhistas, mesmo diante das mudanças que surgiam. A produtividade se manteve alta, mas o custo aumentou.
  • Ampliação do mercado e padronização produtiva: Com as maiores conexões de mercado entre países do mundo, as exigências frente ao cenário competitivo demandava produtos diversificados. Novas demandas de produtos que antes não existiam surgem. Como o Fordismo produzia em massa, os produtos eram padronizados. A propaganda moderna passou a vender a ideia de produtos cada vez mais específicos, de acordo com a necessidade de cada cliente.
  • Durabilidade dos produtos e estoques lotados: A durabilidade dos produtos fordistas e sua padronização, necessária para a produção em massa, gerava uma estagnação do consumo. Os estoques permaneciam cheios mas os produtos tinham alta durabilidade, o que postergava a necessidade de compra.
  • Maior pressão sindical: facilitada pelo fato de a fábrica estar espacialmente concentrada. Muitos trabalhadores moravam nas vilas operárias e o debate sobre a exploração trabalhista era inevitável.

Assim, somando-se essas características e a crise do petróleo em 1973 e 1979, observou-se uma crise do Fordismo e do Estado Keynesiano. O avanço técnico nos transportes e comunicação (globalização) e o surgimento de métodos produtivos mais eficientes (Toyotismo) permitiram a redistribuição espacial da indústria pelo mundo, buscando as vantagens competitivas (mão de obra mais barata, legislação trabalhista e ambiental mais flexível).

Tudo isso ainda será visto nas próximas aulas. Importante pontuar que o Fordismo não desparece do mundo, dando lugar ao Toyotismo. Sobretudo em indústrias mais simples e países mais pobres, podemos identificar estruturas produtivas e organizacionais típicas desse modelo. Em diversos empregos, a produção continua bem fragmentada, não demandando qualificação profissional da mão de obra e produzindo em escala, como o caso dos “Mc Empregos”. Além disso, muitas empresas de tecnológia por exemplo, possuem características Toyotistas no sentido de produzir de acordo com a demanda, realizando pesquisas de mercado, contando com tecnológia agregada, demandando mão de obra qualificada, mas, em alguns setores de sua empresa trabalham com as linhas de montagem para trabalhos mais simples e baratos. Isso tende a ser superado entretando pela Robótica, característica da futura quarta revolução industrial.