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Ásia: apresentação

O professor Ricardo Marcílio faz uma apresentação da Ásia.

Acordo do TNP

Conflitos na península coreana

Conflitos na Caxemir

Conflitos na China

Introdução ao continente asiático

O continente asiático apresenta 44 milhões de quilômetros quadrados, sendo praticamente 5 vezes maior que o Brasil, concentrando 4,4 bilhões de pessoas, ou 58% da população mundial. Com isso, apresenta grande diversidade étnica e é berço das três principais religiões monoteístas. Assim, apresenta diversas regionalizações, como Oriente Médio, Extremo Oriente, Sudeste Asiático, Ásia Setentrional, Meridional e Central.

Fonte: https://suportegeografico77.blogspot.com/

Ao estudar as questões separatistas e conflitos, é necessário fazer uma abordagem dividida. Nesse material, essas questões irão se concentrar em conflitos e separatismos na Ásia Meridional e Extremo Oriente. Já as questões separatistas no Oriente Médio serão abordadas em um outro material próprio.

Acordo TNP

Focando-se nessa região e nos movimentos separatistas, é possível observar que tais problemas envolvem, geralmente, países com armas nucleares. Nesse sentido, é importante se lembrar do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares, assinado em 1968. Os países que já possuíam bomba atômica fizeram um acordo para impedir a proliferação dessas armas. Todavia, Paquistão e Índia, que são países que possuem armas nucleares, não são signatários desse acordo. Esses dois países possuem um conflito pela região da Caxemira, o que acaba gerando uma grande preocupação com a utilização desse arsenal. Outra questão similar é a da Coreia do Norte, que, em 2003, saiu do acordo e começou a realizar testes para o desenvolvimento de armas nucleares. Esses dois conflitos serão abordados logo abaixo.

Países com armas nucleares

Fonte: https://pt.wikipedia.org/

 

Conflitos na Península Coreana

A divisão na Península Coreana teve início durante a Guerra Fria. Em 1950, iniciou-se a Guerra das Coreias (1950-1953), quando as tropas norte-coreanas atacaram o sul de surpresa, invadindo e ocupando a capital Seul. Os sul-coreanos responderam ao ataque com tropas enviadas pelo general Douglas McArthur, batalha na qual conseguiram a vitória e a desocupação da capital. Com a ofensiva sul-coreana, a China interveio no combate, ajudando diretamente a Coreia do Norte.

Em 27 de julho de 1953, foi assinado um armistício na cidade de Panmunjom, divisa entre os dois países, em que foi acordado o cessar-fogo e o fim de uma guerra que deixou muitos mortos e nenhum vencedor. Dessa forma, ficou estabelecida a divisão das Coreias nos limites do paralelo 38º.

Localização do paralelo 38º

Com o armistício de Panmunjom e uma indefinição de um acordo de paz entre as Coreias, o futuro era incerto. Nesse sentido, com essas incertezas, a Coreia do Norte buscou desenvolver seu programa nuclear na década de 1960, com o apoio da União soviética, recebendo novos aportes na década de 1970. Porém, com o enfraquecimento da União Soviética na década de 1980, os Estados Unidos buscaram uma aproximação com a Coreia do Norte. Assim, em 1985, é assinado pela Coreia do Norte o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares. No final dos anos 90, Kim Jong-il, que sucedeu seu pai, começou a desenvolver um míssil balístico de longo alcance, fundamental para viabilizar a utilidade de uma arma nuclear, o que aumentou as tensões com os Estados Unidos.

Depois do atentado de 11 de setembro, em 2002, o então presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, incluiu o país no que classificou de “Eixo do Mal”, com Iraque e Irã. A Coreia do Norte não possuía relação com células terroristas, mas isso revelava uma desavença entre os governos. A partir desse momento, a Coreia do Norte avança com seu projeto de desenvolver um míssil balístico capaz de transportar uma ogiva nuclear e sai do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares.

 

 

Conflitos na Caxemira

A região da Caxemira é uma área em disputa e muito militarizada que tem sofrido com atentados terroristas em seu território em função da disputa entre Índia e Paquistão. Para entender o atual conflito, é importante relembrar que, até 1947, não existia Índia, Paquistão ou Bangladesh. A área continental que, hoje, corresponde a esses países era a Índia colonizada pelo Reino Unido. A partir do fim da Segunda Guerra Mundial, a Inglaterra começa a perder suas colônias. A Índia consegue fazer sua revolução de forma pacífica, com a ajuda e influência de Mahatma Gandhi, e conquistar a independência. Acontece que a região contava com diferentes religiões e culturas, entre hindus e muçulmanos, que possuem não somente religião, mas uma cultura e um modo de vida muito diferente. Essa divisão religiosa influenciou a divisão territorial entre Índia (maioria hindu) e Paquistão (maioria muçulmana).

Fonte: https://www.dn.pt/opiniao/opiniao-dn/leonidio-paulo-ferreira/caxemira-questao-nao-e-india-retaliar-mas-sim-com-que-furia--10592497.html

A região da Caxemira foi dividida entre as colônias da Inglaterra. O Tibete chinês ficou com uma porção do território e a Índia ficou com a maior parte. A Caxemira, porém, é de maioria muçulmana, mas é uma importante região estratégica, sobretudo em seus recursos hídricos, além de ser uma rota comercial que liga os países do Oriente. Em fevereiro de 2019, houve um grande ataque terrorista na região e a Índia acusou o Paquistão de ser o responsável pelo atentado. Nesse contexto de disputa, a Índia posicionou mais de 500 mil soldados na região, por medo de ataques e manifestações. A Caxemira se encontra, portanto, extremamente militarizada.

Outro ponto importante é o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP) de 1968, que não conta com Índia e Paquistão como signatários. Ambos possuem armas nucleares, o que significa uma espécie de afronta entre os países. Diferente de um investimento militar ostensivo, as armas nucleares são um tipo de ameaça indireta, em que ninguém quer ser o primeiro a atacar. Em função dos ataques terroristas na região, em que ambos os países se acusam, a tensão vem crescendo.

 

 

Conflitos na China

Os han correspondem ao maior grupo étnico da China, o equivalente a 95% da população chinesa. Porém, o país reconhece outras numerosas minorias étnicas, como os uigures (mulçumanos de origem turcomena) e os tibetanos. Esses dois grupos vivem na região oeste do país, respectivamente no noroeste e sudoeste da China. Tais territórios apresentam grandes adversidades climáticas, que dificultam a maior ocupação da região. Assim, esses grupos minoritários alegam que o governo de Pequim não adota políticas favoráveis a essas regiões, o que acaba gerando movimentos separatistas.

Todavia, essas áreas são de importância estratégica para o governo chinês. A região denominada Xinjiang, habitada pelos uigures, é rica em petróleo, fundamental para o projeto industrial chinês, enquanto os Planaltos do Tibete, área ocupada pelos tibetanos, é fundamental para a questão hídrica do país, por ser a nascente dos seus principais rios. Assim, a China reprime violentamente qualquer tentativa de separação dessas regiões, com medo do efeito dominó, em que a conquista separatista de um grupo possa suscitar outros movimentos.

Grupos étnicos chineses

Fonte: https://www.bbc.com/portuguese/especial/1154_chinahoje/page3.shtml

 

Protestos em Hong Kong

Hong Kong é uma zona administrativa especial no território chinês. Até 1997, era território do Reino Unido e foi devolvido para a China com um acordo de que, por 50 anos, ou seja, até 2047, nada poderia ser modificado na economia, estilo de vida ou política da região. Por isso a frase “Um país, dois sistemas”.

Em 2019, o governo local de Hong Kong queria implementar a “Lei da Extradição” de Hong Kong para a China continental. Acontece que o regime chinês é extremamente fechado. Lá, existe a pena de morte para diversos crimes. Com isso, a população foi para as ruas manifestar, pedindo a renúncia de Carrie Lam, chefe do Executivo de Hong Kong.

Mapa de Hong Kong e Taiwan

Fonte: https://iasbaba.com/

 

A ilha “rebelde” de Taiwan

No passado, com a fuga dos Kuomintang para Taiwan, devido à Revolução Chinesa de 1949, os Estados Unidos ajudaram a legitimar um governo autônomo e capitalista na respectiva ilha. A partir disso, Chiang Kai-shek se tornou presidente de Taiwan (1950-1975) e, com apoio americano, o país apresentou um grande crescimento econômico, sendo considerado um Tigre Asiático, com Hong Kong, Cingapura e Coreia do Sul. Todavia, devido à força econômica chinesa, Taiwan é uma república com reconhecimento limitado. Embora tenha governo próprio, instituições independentes, moeda nacional e seja membro do bloco de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico, a China continental considera Taiwan uma província rebelde e quem reconhece o país como independente não negocia com a China, que, nos últimos anos, tem lutado pela reunificação da ilha.