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Matriz energética mundial

O professor Ricardo Marcílio fala sobre energia e as questões mundiais. Confira!

Petróleo

Carvão mineral

Gás natural

Fontes alternativas de energia

Energia e as questões mundiais

As fontes de energia estão profundamente relacionadas à ampliação das cidades e à criação de indústrias, pois todo o trabalho realizado demanda uma fonte capaz de movimentar máquinas e outros aparatos. Nesse sentindo, a produção de energia está voltada para duas vertentes principais: os combustíveis e a produção de eletricidade.


Inicialmente, com uma produção primitiva e artefatos de trabalho que não demandavam um uso frequente, a energia mais comum era a muscular, caracterizada pelo trabalho braçal realizado pelos homens e animais, ou aproveitando o movimento natural da água. Com o tempo e com o desenvolvimento científico e tecnológico, e com a industrialização, surgiu a necessidade de buscar uma energia mais eficaz para acompanhar o mesmo ritmo do desenvolvimento, uma vez que o crescimento do padrão urbano industrial também aumenta a demanda. Inicia-se, assim, a exploração dos chamados combustíveis fósseis, como o carvão, o petróleo e o gás natural.
Atualmente, a maior parte da demanda mundial por energia é atendida pela utilização de combustíveis fosseis, formados por compostos de carbono, como o petróleo. Cerca de 85% do uso de energia do mundo vem de combustíveis fósseis. Sua formação se associa a um processo de soterramento de material orgânico, acumulada durante milhões de ano no interior das rochas e bacias sedimentares, encontradas em áreas profundas do solo ou no fundo do mar.


• São portanto os combustíveis fósseis, encontrados nas bacias e rochas sedimentares; Petróleo, Gás natural, Xisto e Carvão mineral
Cabe destacar que os combustíveis fósseis são considerados recursos naturais não renováveis, ou seja, correm risco de esgotamento, além de serem muito poluentes.

Fontes Alternativas x Fontes Renováveis/Não Renováveis

Cabe ressaltar que nem todas as fontes alternativas são consideradas renováveis, isso porque são definições distintas.
Quando se fala em fontes alternativas de energia, está sendo feita referência às fontes que não são combustíveis fósseis. Por serem recursos finitos e com alto impacto ambiental, buscam-se alternativas para reduzir a dependência ao petróleo, por exemplo.
• Já quando se fala em fontes renováveis, faz-se referência àquelas cujo recurso utilizado não se esgotará (pelo menos numa escala de tempo de vida humana), pois, após ser utilizado para a geração de energia, permanece na natureza, como a energia eólica e a solar. Um outro exemplo para distinguir os termos é a energia nuclear, que é considerada alternativa, mas não renovável, por utilizar urânio que é finito.
• Já as não renováveis são as que usam fontes que se esgotarão, e demorarão muito tempo para serem repostas na natureza, como o petróleo, que demora uma escala de tempo muito grande para ser feito, e pelo ritmo de exploração atual, deve acabar em cerca de 50 anos.
Em relação à vantagem e desvantagem da utilização das fontes de energia alternativas, podem-se citar, respectivamente, o baixo impacto ambiental que geram e os altos custos para a implementação e manutenção de tais sistemas.
Em termos de distribuição desses valiosos recursos, o Oriente Médio e a Venezuela possuem grandes reservas de petróleo, enquanto o gás natural é extremamente concentrado no território Russo.

1. Petróleo; conflitos geopolíticos e impactos ambientais


Com a descoberta e exploração dos primeiros poços de petróleo, esse se torna a energia mais utilizada no mundo, da Segunda Revolução Industrial em diante. O petróleo é, na atualidade, o combustível fóssil mais comercializado no mundo e a principal fonte energética de diversos países.

O destaque desse combustível deve-se ao fato de poder originar diversos produtos, tais como a gasolina, o óleo diesel, o querosene, o GLP (Gás Liquefeito de Petróleo) e também plástico, asfalto e outros produtos.

As crises do petróleo e a OPEP
A OPEP - Organização dos Países Exportadores de Petróleo começou em 1960 em Bagdá , com cinco países produtores de petróleo. Eram eles Iraque, Irã, Kuwait, Arábia Saudita e Venezuela. Atualmente, cerca de 75% das reservas de petróleo estão localizadas nos países que integram a OPEP que são Argélia, Angola, Equador, Irã, Iraque, Kuwait, Líbia, Nigéria, Catar, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Venezuela, constituindo-se enquanto um relevante cartel da geopolítica mundial. O objetivo da organização no período da criação era se articular e se fortalecer contra outras empresas petroleiras que dominavam o mercado. Essas petroleiras eram conhecidas como “sete irmãs” e dominavam produção e preço do produto. A maioria pertencia a países como Estados Unidos, Inglaterra e Países Baixos.

Com a organização contando com os principais países produtores de petróleo do mundo, foi possível aumentar os lucros, aumentando o preço pago pelas empresas transnacionais. A ideia era, gradativamente, aumentar e dominar a produção de petróleo.

Em 1970 houve uma importante crise, dado a descoberta de que o petróleo era um recurso não renovável, ou seja, ele tende a se esgotar. O preço especulativo do produto chegou a triplicar no final dos anos 70. Em consonância, a estratégia da OPEP estava sendo reduzir a oferta, para aumentar gradativamente o preço. Essa variável causou uma profunda crise político-econômica no mundo, desencadeando diversas guerras na época como a Guerra do Yom Kippur (73), na qual países membros da OPEP supervalorizaram o preço do petróleo como retaliação ao apoio que os Estados Unidos deu a Israel.

Guerra do Yom Kippur (1973)
Foi o conflito no qual os países árabes derrotados na Guerra dos Seis Dias tentaram reaver seus territórios. Porém, Israel conseguiu uma nova vitória, pois contava com o apoio indireto dos Estados Unidos. Os países árabes da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) realizaram uma grande represália aos Estados Unidos, prejudicando toda a economia mundial: aumentaram os preços do barril de petróleo em 300%, iniciando a crise do petróleo em 1973.

As Guerras do Golfo
A Guerra do Golfo foi um conflito que ocorreu em meados dos anos 90. Ele se iniciou como um conflito entre Iraque e Kuwait mas posteriormente os Estados Unidos intervieram ajudando na derrota com iraquianos. O conflito se dava pelo controle do Golfo Pérsico, região rica em petróleo e estratégica do ponto de vista das rotas comerciais. Atualmente, é pelo estreito de Ormuz que passa cerca de ¼ de todo o petróleo do mundo.

Para saber mais sobre os conflitos por Petróleo e a Guerra do Golfo clica aqui 
Para saber mais sobre o Petróleo e a indústria brasileira, clica aqui!

Impactos Ambientais

Para além dos impactos relacionados a queima do combustível, a extração pode gerar vazamentos em plataformas de exploração petrolífera e oleodutos, além dos derramamentos nos navios petroleiros, ocasionando impactos aos corpos hídricos, a fauna e à sociedade. Recentemente, houve o vazamento de um navio petrolífero que impactou a costa nordestina do Brasil. Muitos pescadores e a população civil como um todo realizaram uma força tarefa para limpeza das praias.

2. Carvão Mineral e seu uso

A partir de uma evolução histórica, destaca-se o carvão mineral como a principal fonte energética utilizada na Primeira Revolução Industrial. O carvão, quando queimado, libera grande quantidade de calor, aquecendo a água e transformando-a em vapor, movimentando, então, as máquinas a vapor utilizadas na produção e também nos transportes, tais como as locomotivas e embarcações. Porém, acerca da utilização de carvão, identificou-se que havia inconvenientes, como a dificuldade no transporte e as cinzas, que são altamente poluentes, devido à liberação de óxido de enxofre, que reage com a água da chuva formando a chuva ácida.

  • carvão mineral é aquele encontrado nas bacias sedimentares, pelo soterramento de matéria orgânica vegetal, se tornando um combustível fóssil.
  • carvão vegetal é feito a partir do tronco de árvores.

Dos combustíveis fósseis, o carvão é o mais poluente. Isso cria uma resistência dos países desenvolvidos, que buscam alterações na sua matriz energética pela questão ambiental, em utilizar esse combustível. O carvão, quando queimado, libera grande quantidade de calor, aquecendo a água e transformando-a em vapor, movimentando, então, as máquinas a vapor utilizadas na produção e também nos transportes, tais como as locomotivas e embarcações. Porém, acerca da utilização de carvão, identificou-se que havia inconvenientes, como a dificuldade no transporte e as cinzas, que são altamente poluentes, devido à liberação do metano e do óxido de enxofre, que pode reagir com a água da chuva formando a chuva ácida, além de agravar o efeito estufa.

No Brasil, as maiores reservas de carvão estão no estado de São Paulo e na região Sul do país. Ele é muito utilizado nas termoelétricas, para produção de energia. Existem diferentes categorias quanto a qualidade do carvão, que pode ter maior ou menor poder calorífico, de acordo com o grau de umidade e energia. O carvão do Brasil é considerado, de modo geral, de baixa qualidade. Seu nível de pureza se relaciona com sua localidade e condições de formação. Podemos classificar o carvão em:

• Turfa - cerca de 50% de carbono
• Linhito cerca de 70% de carbono
• Hulha - cerca de 85% de carbono
• Antracito - cerca de 90% de carbono

O carvão ainda é muito utilizado, sobretudo para produção de energia elétrica. Ele é extraído por meio da prática de mineração, que transforma profundamente o espaço geográfico. É uma atividade de altíssimo impacto ambiental. Essa atividade compromete a qualidade do ar e da água, podendo haver contaminação química por metais pesados tóxicos, além de impactar diretamente os biomas locais. A inviabilização da agricultura também é um grande problema, uma vez que esses projetos tendem a se instalar próximo de áreas rurais. É o que acontece por exemplo na maior mina de carvão a céu aberto do Brasil, a Mina Guaíba, no Rio Grande do Sul, pela Copelmi Mineraçao, maior grupo privado na exploração de carvão no país. Essa atividade tem gerado conflito sobretudo com os produtores de arroz orgânico e hortaliças, e com as unidades de conservação.

A China é um grande produtor de carvão e historicamente utilizou desse recurso para seu desenvolvimento urbano industrial. Isto teve como resultado uma péssima condição de qualidade atmosférica em algumas de suas cidades. As taxas de poluição na China chegaram a superar em 45 vezes o limite diário de poluentes recomendados pela Organização Mundial da Saúde. Também em virtude disso, o gigante país tem investido na produção de energias alternativas. Pequim, uma das cidades que sofria com os impactos da queima de carvão, tem melhorado a qualidade da expectativa de vida em função desses investimentos.

3. Gás: uso, exploração e conflitos geopolíticos

Um outro derivado do petróleo é o gás natural, também considerado combustível fóssil e que pode ser encontrado inclusive em jazidas, geralmente em associação ao petróleo. Não confunda o Gás Natural com o GLP Gás Liquefeito de Petróleo, feito pela destilação fracionada do petróleo, e é o mais comum para uso domiciliar. Já o gás natural vem pronto! É barato e menos poluente, porém difícil de ser transportado e armazenado.

É utilizado, por exemplo, na geração de calor e de energia em indústrias. A desvantagem da sua utilização relaciona-se com o transporte e estocagem, pois, por ser um gás, são necessários cilindros industriais para a estocagem, além de grandes gasodutos (como o Gasoduto Bolívia-Brasil) para o transporte, o que encarece o produto.
Outra desvantagem no uso desses combustíveis, de maneira geral, deve-se ao fato de que sua queima gera altos índices de poluição atmosférica. Sendo assim, são os grandes responsáveis pelo efeito estufa e aquecimento global.

Além disso, ele apresenta riscos de asfixia, incêndios e explosão. Isto porquê, como o gás é mais leve que o ar, ele se acumula nas partes mais elevadas, sobretudo em ambientes fechados. Os vazamentos de gás no processo de extração ou transporte (gasodutos) podem gerar graves acidentes.

O leste Europeu e a questão energética
Os países da europa oriental, ou leste europeu, tiveram uma trajetória de formação socioespacial diferenciada, quando comparamos aos demais vizinhos europeus. Ao longo da maior parte do século XX, essas nações estavam associadas ao domínio soviético. Atualmente, três décadas se passaram pós independência, porém, na dinâmica e estrutura dos países ainda se pode perceber heranças espalhadas pela região.

Em 2015 por exemplo, Estônia, Finlândia, Letônia e Lituânia dependiam 100% do gás russo para abastecer suas demandas por energia. Em virtude disso, em 2017 Finlândia e Estônia estão construindo um novo gasoduto chamado de Balticconnector. A inovação permiritia comercializar gás natural de outros países, incluindo os Estados Unidos, para a Finlândia. Até então, todos os gasodutos da Finlândia vinham da Rússia e a novidade força uma redução de preços por parte da Rússia, assim como estratégias políticas para manter a dependência e a proximidade.

Atualmente, cerca de um terço de todo o gás da União Europeia vem da Rússia. Moscou continua buscando ampliar sua atuação, sendo possível citar a construção do gasoduto russo Nord Stream 2, que visa sobretudo aumentar a dependência energética da Alemanha, dobrando a quantidade de gás natural exportado. Os Estados Unidos já se posicionaram contrários a essa construção. De modo geral, pode-se dizer que há um receio de que essa aproximação sob a perspectiva da dependência econômica, gere também uma possibilidade de intervenção por parte da Rússia na política europeia.

Para saber mais sobre o conflito com a Crimeia clica aqui!

4. Fontes alternativas de Energia

 Hidrelétricas
A energia hidrelétrica, ou hidráulica, permite a geração de eletricidade a partir de turbinas e da força dos rios de planalto, nas hidrelétricas. Podem ser construídas tanto em quedas d’água quanto ao longo do curso do rio. Não polui tanto a atmosfera, mas necessita de um grande espaço para alagamento para se tornar efetiva e existem muitos problemas sociais na sua construção. Além disso, depende diretamente da vazão do rio e, consequentemente, do regime de chuvas da região.

• Energia eólica
A energia eólica é uma fonte de energia que depende do vento. A diferença de temperatura e pressão na atmosfera terrestre cria zonas de baixa e alta pressão. Dessa diferença de zonas de pressão, originam-se os ventos, movimentos do ar. Essa energia é gerada a partir da movimentação das turbinas eólicas, turbinas essas que causam poluição sonora, além de afetarem, por vezes, a fauna (pássaros). Apesar disso, é uma das energias mais limpas do mundo, e o Brasil possui grande potencial para produzi-la.

• Energia solar
A energia solar é uma fonte de energia que depende diretamente do Sol. Essa energia é captada em painéis fotovoltaicos ou em centrais solares térmicas. É uma energia muito limpa, mas ainda pouco produtiva, sendo recomendada para moradias, mas não para indústrias, por exemplo. Grandes avanços estão ocorrendo no seu uso e o Brasil, que possui regiões que ficam até mais de 300 dias sob altíssima incidência solar, pode aumentar significativamente a geração a partir dessa fonte.

• Energia geotérmica
A energia geotérmica depende do calor da Terra. Não emite nenhum gás do efeito estufa e sua matéria-prima, o calor terrestre, é gratuito. É a forma de energia mais barata de se produzir e manter, mas somente locais muito específicos podem produzi-la, como a Islândia.

• Biomassa
A energia vinda da biomassa é uma fonte que depende do ciclo de matéria orgânica animal e vegetal. Essa energia permite gerar eletricidade graças ao calor liberado pela combustão desses materiais (lenha, biodisel), mas também pode ser proveniente do lixo queimado ou do biogás (usualmente o metano), gás advindo da fermentação de matéria orgânica. O Brasil é o líder de produção desse tipo de energia, com o etanol.

• Energia Maremotriz
Essa energia depende exclusivamente da intensidade das marés e das correntes marítimas. Há usinas específicas para cada uma, que se utilizam de turbinas (no caso das correntes marítimas, turbinas subaquáticas) para gerar eletricidade. Essa fonte é limpa, mas necessita de grande investimento, pois ainda gera energia insuficiente para sustentar uma grande população ou produção.

• Energia nuclear
A energia nuclear depende de um elemento passível à fissão, o urânio, um mineral radioativo que pode ser “enriquecido” para aumentar sua capacidade de liberação de energia. Essa fonte permite produzir energia nas centrais nucleares, graças ao calor liberado quando há fissão atômica. Possui problemas em relação aos possíveis impactos ambientais e sociais, em caso de acidentes na usina, assim como à destinação do material radioativo já usado, que é extremamente tóxico e perigoso.