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Agentes Geomorfológicos: Endógenos e Exógenos

O professor Cláudio Hansen elucida os conceitos de agentes endógenos e exógenos, crucial no campo da Geomorfologia, explicando sua atuação no que tange ao relevo. Enquanto os endógenos advém de forças internas da Terra, como o vulcanismo, e participam da criação do relevo, os exógenos são originados a partir de forças externas, e modelam o mesmo.

Agentes Endógenos: Orogênese e Epirogênese

Agentes Exógenos: Erosão Fluvial

Agentes Exógenos: Erosão Pluvial e Marinha

Agentes Exógenos: Erosão Eólica e Glacial/Nival

Agentes Exógenos: Intemperismo e Ação Antrópica

Principais Formas Continentais de Relevo

Principais Formas Submarinhas de Relevo

Paisagens Litorâneas: Praias, Restingas e Fozes

Estrutura geomorfológica


Os agentes geomorfológicos são os agentes formadores e modeladores do relevo terrestre. Eles se dividem em agentes internos e externos. Os agentes endógenos ou internos, que são os formadores por se relacionar as atividades internas da terra, como as placas tectônicas que formam diversas formas de relevo, os abalos sísmicos e o vulcanismo. E os agentes exógenos ou externos que são os modeladores do relevo, e se dividem em erosão e intemperismo.

A macroestrutura geológica brasileira é formada por bacias sedimentares (64% do território), onde podem ser encontrados petróleo e carvão mineral, e por escudo cristalino (36% do território), onde podem ser encontrados minerais metálicos. O contínuo processo de transformação dessas macroestruturas pelos agentes externos (erosão e intemperismo) é que modelou o relevo brasileiro.

Agentes endógenos (internos)
Os agentes internos são aqueles que atuam através da sismicidade do vulcanismo. A movimentação das placas tectônicas, nos casos convergentes, são grandes responsáveis por formar cordilheiras de montanhas. O derrame magmático pode formar ilhas e domos vulcânicos. As placas tectônicas podem se movimentar tanto na horizontal, quanto na vertical.

• Epirogênese; é quando o movimento tectônico ocorre verticalmente. São os chamados soerguimento e subsidência

  • Orogênese; significa a formação de montanhas, quando os movimentos tectônicos se dão de maneira horizontal, a partir do encontro de placas.

Vulcanismo
Processo em que ocorre o extravasamento do magma por uma abertura na litosfera, formando uma estrutura denominada vulcão, geralmente cônica e montanhosa. O magma, ao atingir a superfície, é denominado lava. A maioria dos vulcões surge nos limites entre placas tectônicas. A liberação do magma pode ocorrer em forma de derrame (extravasamento lento e gradual) ou erupção (extravasamento rápido e explosivo). O Círculo de Fogo do Pacífico (anel de fogo) corresponde à borda da Placa do Pacífico, uma enorme área de contato entre diferentes placas que registra o maior número de ocorrências vulcânicas e sísmicas.

Os Hotspots (pontos quentes) são uma exceção, pois correspondem a pontos de liberação de magma no interior das placas tectônicas, formando um conjunto de ilhas vulcânicas.

 

Sismicismo
Os abalos sísmicos são comumente chamados de tremores de terra, terremotos (continente) ou maremotos (assoalho oceânico). São decorrentes do alívio de tensão de uma falha tectônica ou do choque de placas. É liberada uma enorme quantidade de energia em forma de ondas que, ao atingir a superfície, provoca grandes tremores. Nesse sentido, é importante diferenciar o epicentro, local na superfície terrestre em que a energia é liberada, do hipocentro, local no interior da litosfera onde ocorre a falha ou o choque e posterior liberação de energia.

Esses abalos sísmicos podem ser medidos a partir de duas escalas. A escala Richter é uma medida quantitativa que mede a magnitude (quantidade de energia liberada) dos terremotos. A escala Mercalli corresponde aos efeitos destrutivos gerados pelos terremotos, que se diferenciam de acordo com o desenvolvimento socioeconômico dos lugares. Dois terremotos igualmente altos na escala Richter podem ter valores diferentes na escala Mercalli, decorrente do desenvolvimento de cada país.

Agentes exógenos (externos)

Erosão
A erosão consiste no desgaste, transporte e deposição dos sedimentos. São tipos de erosão e respectivas formas:

• Pluvial: Provocada pela precipitação e pode levar ao ravinamento do solo, evoluindo para uma voçoroca. É agravada pela remoção da cobertura vegetal para ocupação ou atividade agrícola. Nas encostas, essa erosão produz os movimentos de massa, podendo levar a grandes perdas materiais e humanas.

Disponível em: https://professorjamesonnig.files.wordpress.com/2012/10/vertente-para-o-blog.png?w=552&h=343

Fluvial: Provocada pela ação dos rios e leva à formação de vales e cânions.

• Eólica: Provocada pela ação dos ventos e é comumente associada ao relevo em forma de taça.

Marinha: Provocada pelo mar, principalmente a ação das ondas. É denominada abrasão marinha e produz formas características, como a falésia.

Glacial ou nival: Provocada pela ação de geleiras, que conseguem carregar grandes massas. Formam vales em forma de U, denominados fiordes. São grandes vales rochosos com paredões. Também produzem as morainas e as estrias glaciares.

A erosão pode ainda ser agravada pelas ações antrópicas; dentre estas, cabe destacar as seguintes:

• Retirada da cobertura vegetal: em muitos casos, ao ocupar uma área, por exemplo, de encosta, o ser humano aumenta a possibilidade de erosão. Isso ocorre porque, ao retirar a cobertura vegetal de um solo, este se torna mais vulnerável à ação da água das chuvas, pois as plantas e raízes que antes a absorveriam não existem mais, podendo aumentar o escoamento superficial e a erosão laminar.
• Atividades mineradoras: a mineração também é um exemplo de causa humana da erosão. Isso porque uma das etapas desta atividade é a retirada de parte do solo para a descoberta de um minério, o que ocasiona a perda da estrutura de sustentação do solo, podendo levar à erosão das áreas próximas. Cabe destacar também que as erosões acarretam alguns aspectos visíveis no solo, como, por exemplo, os sulcos, as voçorocas e as ravinas.

Intemperismo

O processo de intemperismo, também conhecido como meteorização, consiste na transformação das rochas em fragmentos, sedimentos. O principal produto do intemperismo é o solo. Esse processo de formação dos solos é denominado pedogênese.

O intemperismo pode ser classificado em:
• Físico: Transformações que derivam de fenômenos físicos, tais como a temperatura e a pressão.
• Químico: Transformações que derivam de fenômenos químicos, tais como a hidrólise, acidificação e oxidação. O principal agente é a água.
• Biológico: Transformações que derivam da ação de seres vivos e que frequentemente aparecem associadas a um dos outros dois tipos de intemperismo. Alguns exemplos do intemperismo biológico podem ser destacados, tais como a ação das minhocas, da decomposição de organismos e de raízes de árvores.

Cabe destacar que, nas áreas mais secas, existe o predomínio do intemperismo físico, a exemplo do Sertão Nordestino, e nas áreas mais úmidas, existe o predomínio do intemperismo químico, a exemplo das áreas litorâneas e da Amazônia.

Confira nosso Quer Que Desenhe sobre os Agentes Externos: https://www.youtube.com/watch?v=E9oeChbKvwI&t=323s

As formas continetais de relevo


A estrutura geológica refere-se aos tipos de rochas que compõem uma determinada área, sua distribuição, idade e o processo geológico que as formou, enquanto o relevo refere-se à forma da superfície da terrestre.

Quanto a geologia, a composição dos relevos vem de duas fontes: ou são frutos da erosão e do intemperismo, de agentes externos e portanto são bacias sedimentares, ou vem de processos endôgenos, internos como a orogênese e epirogênse. Quando mais antigas são chamadas de maciços antigos ou escudos cristalinos, a exemplo das serras brasileiras, e quando mais recentes são chamados de dobramentos modernos, a exemplo de qualquer grande coordilheira do mundo como os Andes ou o Himalaia.

As estruturas cristalinas são mais duras e sua composição as tornam mais resistentes aos efeitos do tempo, da erosão e do intemperismo, enquanto as estruturas sedimentares são mais erosiveís, por isso frequentemente mais baixas. Vale ressaltar que nos maciços antigos é onde estão os minerais metálicos, onde a atividade de mineração é realizada, enquanto nas bacias sedimantares há os combustíveis fósseis, como o petróleo.

Neste sentido, a estrutura geológica indica a origem, a composição e a formação do terreno ao longo do tempo geológico, estrutura esta que assume uma determinada forma do relevo; por exemplo, as bacias sedimentares (estrutura) podem ser uma planície (forma do relevo), como é o caso da Planície do Pantanal.

O relevo brasileiro formou-se a partir de estruturas geológicas compostas, principalmente, por formações sedimentares (64% do território) recentes e estruturas vulcânicas e cristalinas de idade muito antiga (36% do território). O relevo brasileiro caracteriza-se pelo predomínio de áreas de médias e baixas altitudes, já que no Brasil não houve a formação de dobramentos modernos (pelo fato do território brasileiro se localizar sobre a placa tectônica sul-americana e apresentar uma estrutura rochosa antiga e estável, livre de tremores de alta intensidade).

As formas de relevo principais, inclusive usadas para descrever as demais são

• Planaltos: Áreas de médias a altas altitudes, com superfícies irregulares e predomínio de processos de erosão.
• Planícies: Superfícies, geralmente planas e de baixa altitude, formadas a partir do acúmulo de sedimentos de origem marinha, lacustre ou fluvial.
• Depressões: Áreas formadas a partir de processos erosivos nas áreas de contato entre as bacias sedimentares (material menos resistente) e os maciços cristalinos (material mais resistentes). As depressões podem ser relativas e absolutas. As depressões relativas são as que estão acima do nível do mar, mas o entorno está mais alto que elas, e as depressões absolutas são as que está abaixo do nível do mar.

Outras formas de relevo continentais


• Escarpa: forma de relevo localizada nas bordas dos planaltos que apresenta declive acentuado. Existem dois tipos, a escarpa de falha, originada a partir de movimento tectônico, e a escarpa de erosão, originada pela ação dos agentes externos. Exemplo: Escarpada Serra do Mar (SP).

• Cuesta: forma de relevo com declividade suave de um lado e declividade abrupta em outro, originada pela ação dos agentes externos sobre rochas que apresentam diferentes resistências. Exemplos: Cuesta de Botucatu (SP).

 

• Chapada: relevo de altitude considerável, em formato tabular e encostas escarpadas, encontradas no Nordeste e Centro-Oeste. Exemplo: Chapada Diamantina (BA).

• Morro ou monte: forma do relevo que corresponde a uma elevação no terreno de topo arredondado. Exemplo: Monte Pascoal (BA).

• Montanha: relevo protuberante, com o cume definido. Na maioria das vezes tem a origem associada ao choque entre placas tectônicas, contudo, pode ter também como origem o vulcanismo. A um conjunto de montanhas dá-se o nome de cordilheira. Exemplo: Pico da neblina (AM).

Inselberg: forma do relevo que é uma protuberância encontrada em áreas que apresentam o clima árido ou clima semiárido e que foi formada pela maior resistência à erosão do que a área no seu entorno. Exemplo: Inselberg de Itaberaba (BA).

Relevo ocêanico


A diferença entre a área continenal e a área oceânica se dá pela diferença de peso entre as partes da crosta terrestre. As placas oceânicas são mais densas e ficam mais próximas ao interior da terra. Nos choques de placas, são essas partes da crosta que tendem a subsindir de volta para o material magmático. Enquanto a parte da crosta (litosfera) ou as placas continentais são mais leves, formadas de elementos como sílica e alumínio, que a deixam sempre por cima.

Nessas placas oceânicas, o relevo é extremamente diverso, até pela sua gigantesca extensão, e também pelo fato da interação com as camadas subsuperfícias da terra ser mais presente. De vulcões a coordilheiras de montanhas, o relevo ocêanico possui uma riqueza de formas que devem ser consideradas.

Por exemplo, as Fossas Marianas, localizadas no oceano Pacífico, são consideradas o ponto mais profundo do oceano, possuindo 11km de profundidade, tratando-se de uma fossa abissal. Esse rebaixamento é maior do que o ponto mais alto da terra, que fica no himalaia, com altitude que chega a cerca de 9 km de altitude.

As placas oceânicas são mais densas e interagem mais com o material magmático. A abertura do oceano atlântico na separação da Pangeia, causou um enorme derramamento basaltico e a formação de uma cordilheira chamada dorsal mesooceânica. Além disso, o maior vulcão do mundo, o Tamu Massif, está embaixo do oceano e tem seu diâmetro comparado com o tamanho do estado de Góias. Inclusive, são erupções vulcãnicas dentro do oceano que frequentemente dão origem a ilhas, uma vez que o material magmático ao atingir a superfície, perde temperatura e pressão e se solidifica.

A plataforma continental é proxima ao continente, onde recebe os sedimentos vindo dos rios que desaguam no mar e tambem que as ondas carregam, e é ali que há exploração de petróleo. No geral essas áreas tem legislação de países também. Posterior a isso, há um declive chamado talude, onde a profundidade se eleva, reduzindo também a incidência solar.

Paisagens litorâneas


• Restinga: É uma vegetação, adaptada a grande variação de temperatura, a alta umidade pela proximidade com o mar, num solo arenoso com poucos nutrientes. Essa vegetação ajuda a fixar dunas, protegendo da erosão eólica, e a proteger a reprodução da fauna. Frequentemente desmatada pelo uso das praias e pela falta de conhecimento sobre sua relevância e importância.

Mangues; vegetação típica de locais onde há o encontro dos rios com o mar, na mistura da água doce com a salgada, é uma vegetação de extrema importância porem frequentemente estigmatizada por seu aspecto lamoso, e usada em alguns locais para descarte de lixo, obviamente de forma inapropriada. Essa vegetação de raízes pneumatófiras é riquíssima em biodiversidade, funciona como uma espécie de filtro natural, filtrando os sedimentos que são transportados pelos rios em direção ao mar, reaproveitados no ciclo de decomposição. Possui diversas espécies endêmicas como os carangueijos.

Falésias: forma de relevo típico em paisagens litorâneas, resultante da erosão marinha que, ao encontrar o costão rochoso, começa a erodi-lo por baixo, onde há o contato com a água, formando grutas e cavernas. Quando essas grutas se aprofundam lá embaixo, a sustentação da parede rochosa se perde em parte, e esta vem a cair no oceano. Por isso, dar pulos no mar em grandes falésias, como visto em muitos filmes, pode ser fatal, pois o mar pode estar cheio de rochas que cairam dessa falésia.

Foz: é o oposto de nascente, onde o rio encontra o mar. A foz em delta é quando o final é dividido por vários canais e ilhas sedimentares. A foz em estuário é quando o canal fica afunilado saindo por este espaço. Existe também a foz mista, num único canal de saída mas com alguns canais fisíveis.