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Amazônia e a expansão da fronteira agropecuária

Aprenda sobre a amazônia e a expansão da fronteira agropecuária .

Mata Atlântica e o processo de ocupação

Cerrado e o avanço da soja

Sertão e o crescimento da agricultura moderna

Pampas, araucárias e seus desafios

Os desafios das vegetações brasileiras

O objetivo dessa aula é estudar os processos que ameaçam os diferentes biomas brasileiros, além de entender a dinâmica por trás disso e seus respectivos impactos. Durante a abordagem de cada um dos biomas, é importante resgatarmos algumas de suas características para, logo em seguida, melhor entendermos os processos e os impactos. Vamos nessa?

 

Amazônia e a expansão da fronteira agropecuária

A Floresta Amazônica é a maior floresta equatorial do mundo, ocupando 41% do território brasileiro. Sua vegetação é latifoliada, higrófila, hidrófila, com grande biodiversidade e três estratos de vegetação (mata de igapó, mata de várzea e mata de terra firme). O clima é o equatorial e o relevo é formado por terras baixas (Planície Amazônica) e planaltos residuais.

O processo de desmatamento que ameaça a Amazônia está relacionado principalmente à pecuária. A atual expansão da fronteira agropecuária caminha no sentido norte do país. Hoje, é proibido cultivar soja em solo florestal, assim, o desmatamento na região ocorre principalmente para a abertura de campos de pastagem, voltados para a criação de gado bovino. Com solos pobres, lixiviados e laterizados, o desmatamento leva à rápida perda de fertilidade. O elevado custo para incrementar a produtividade do solo para pastagens induz os pecuaristas a buscarem novas áreas para o desmatamento. Com isso, esses solos não mais florestados dão lugar à soja, ao milho, ao feijão, cujo cultivo justifica a recuperação dos solos.

A partir da década de 1990, o desmatamento na Amazônia passou a ser monitorado por satélite, a partir de sistemas como o Prodes (Programa de Monitoramento da Floresta Amazônica Brasileira por Satélite) e o Deter (Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real). Desde o início do monitoramento, estima-se que 754.840 quilômetros quadrados foram desmatados, representando 15% da área total da Amazônia e 20% da área florestada. Isso é aproximadamente três vezes o estado de São Paulo.

 

Desmatamento na Amazônia Legal

 

Fonte: https://www.mma.gov.br/

 

Mata Atlântica e o processo de ocupação

Atualmente, restam apenas 8,5% da Mata Atlântica. A floresta tropical é caracterizada por vegetação latifoliada, higrófila e está presente no litoral do país. O relevo é composto por uma imensidão de morros em formato de meia laranja (mamelonar). Estende-se do Rio Grande do Norte até o Rio Grande do Sul. Devido à variação latitudinal e altitudinal (por causa das serras), alguns estudiosos apontam que a Mata Atlântica foi, no passado, mais biodiversa que a Amazônia. Mesmo assim, isso não impediu que esse bioma fosse destruído.

Até o início do século XX, o cultivo de cana-de-açúcar e o cultivo de café foram os principais processos que explicam o desmatamento da região. Posteriormente, o processo de industrialização e a consequente urbanização resultaram em uma significativa diminuição da cobertura vegetal. Historicamente, é o bioma mais devastado do Brasil. É considerado um hotspot da biodiversidade, isto é, área com enorme presença de vegetação endêmica e com menos de 70% da sua cobertura original. Mesmo assim, o desmatamento continua ameaçando essa vegetação.

 

 

Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2013/06/1289500-desmatamento-na-mata-atlantica-e-o-maior-desde-2008.shtml

 

Cerrado e o avanço da soja

O Cerrado possui uma vegetação tropófila adaptada ao clima tropical típico, com um relevo de planaltos e chapadas. É considerado a caixa d’água do Brasil, com seu sistema de veredas (vegetação que cresce nas áreas úmidas do Cerrado e que ajuda a represar a água). O desmatamento dessa vegetação também está associado à expansão da fronteira agrícola. Esse processo ocorreu pelo cultivo da soja na região. Até a década de 1950, o interior do Brasil era relativamente pouco explorado. Porém, a partir desse período, algumas evoluções tecnológicas possibilitaram um maior interesse do capital em incorporar essas terras.

É importante lembrar que a Revolução Verde possibilitou a adaptação de sementes para climas não favoráveis à agricultura, além da correção dos solos e incremento de sua fertilidade. Com isso, o Centro-Oeste, de clima tropical e solos ácidos, passou a ser atrativo para o capital, principalmente do setor agrícola. Nas décadas de 1960 e 1970, o Centro-Oeste viu a expansão de uma moderna infraestrutura logística para atender a essa demanda, bem como satisfazer a necessidade de integração regional, já iniciada pela construção de Brasília. O resultado foi um rápido e intenso avanço da soja e outros cultivos sobre a região, causando o desmatamento do Cerrado, o que gerou diversas críticas ao processo de modernização do campo brasileiro. O Cerrado é, hoje, com a Mata Atlântica, considerado um hotspot.

 

Sertão e o crescimento da agricultura moderna

A Caatinga possui uma vegetação xerófila adaptada ao clima semiárido, como as cactáceas e arbustos caducifólios e espinhosos, que podem armazenar água no caule e nas raízes. Geralmente, é associada a uma vegetação esbranquiçada. É o único bioma típico do país, embora alguns pesquisadores o caracterizem como Estepes. O relevo é marcado por inselbergs (morros residuais com entorno plano). O principal impacto é o processo de desertificação e salinização dos solos.

A desertificação ocorre em áreas de clima árido, semiárido e subúmido seco. A ausência de umidade pode levar à formação de áreas desérticas. As mudanças climáticas podem ser associadas a esse impacto, pois, ao alterarem o regime pluvial ou a taxa de evaporação, podem diminuir significativamente a disponibilidade hídrica de um local. A salinização ocorre em áreas de mais intensa evaporação e resulta em uma concentração de sais (sódio, magnésio e cálcio) na superfície do solo. Geralmente, está associada a algum processo incorreto de irrigação, que, devido à evaporação acelerada, concentra os sais na superfície.

Recentemente, o avanço da agricultura moderna com a fruticultura irrigada e outras atividades também têm gerado impacto na região. Nas áreas próximas do Sertão, nos estados do Maranhão, Piauí, Tocantins e Bahia, tem se observado o avanço do agronegócio com a soja, o que também tem gerado desmatamento nessas áreas.

 

Pampas, araucárias e seus desafios

Os Pampas, ou Campos Sulinos, apresentam um relevo formado por coxilhas (colina aplainada) cobertas por vegetação herbácea. O clima predominante é o subtropical. O principal impacto é o avanço da atividade pecuária e o processo de arenização. Esse processo ocorre em áreas de solos arenosos. É comumente confundido com a desertificação, o que é um erro. Aqui, observa-se a formação de bancos de areia, a partir da remoção da cobertura vegetal. Esse processo de perda de fertilidade dos solos pode ocorrer em áreas de clima úmido.

  

Fonte: http://bibocaambiental.blogspot.com/2017/06/arenizacao.html

 

O avanço do agronegócio também tem gerado impactos nas regiões de araucárias. Esse pinheiro tipicamente brasileiro, característico do Sul do país, tem sido ameaçado, principalmente, pelo aproveitamento de sua madeira para a construção civil, indústria da celulose e moveleira. Porém, a pecuária também tem sido associada ao desmatamento dessas regiões com solos mais férteis.