Exclusivo para alunos

Bem-vindo ao Descomplica

Quer assistir este, e todo conteúdo do Descomplica para se preparar para o Enem e outros vestibulares?

Saber mais

Amazônia x Amazônia brasileira

Acompanhe a aula sobre Espaço amazônico.

Amazônia Legal e a gestão

Amazônia e o avanço do desmatamento

Amazônia e os projetos militares

Amazônia e a defesa militar do território

Amazônia x Amazônia Brasileira

A Floresta Amazônica é considerada a maior floresta tropical do mundo (ocupa uma área de 7 milhões de quilômetros quadrados). É conhecida por concentrar enorme biodiversidade (banco biogenético) e apresentar um clima equatorial, caracterizado por elevadas temperaturas e umidade.

A Floresta Amazônica é internacional e está presente em nove países: Brasil, Peru, Colômbia, Bolívia, Equador, Suriname, Venezuela, Guiana e Guiana Francesa. O Brasil possui a maior parte desse bioma, aproximadamente 67%. Ele chega a ocupar 49% de todo o território brasileiro, é nosso maior bioma  e abrange os estados do Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima e parte do Maranhão, Tocantins e Mato Grosso.

Os solos mais férteis da Amazônia são encontrados principalmente ao longo das várzeas, ou seja, áreas das margens dos principais rios. Porém, os demais solos amazônicos são pobres em nutrientes, apresentando apenas uma camada superficial formada por restos de vegetais e animais que caem no solo, denominada horizonte O (orgânico), popularmente conhecido como serapilheira. A decomposição desse horizonte alimenta o horizonte A, sustentando a floresta. Ela pode ser dividida em três níveis: mata de igapó, mata de várzea e mata de terra firme.

 

 

Amazônia Legal


A Amazônia Legal é uma divisão política com objetivo de reunir os estados com situação política, social e econômica semelhante, que abrage a Amazônia brasileira. A partir disso, é possível pensar em estratégias de ocupação, segurança, desenvolvimento e sustentabilidade dessa região de caráter heterogêneo.

Essa concepção tem suas origens na Superintendência do Plano de Valorização Econômica da Amazônia (SPVEA), criada em 1953, cujo objetivo era entender as potencialidades econômicas da Amazônia. Esse órgão foi substituído, em 1966, pela Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), cujos objetivos eram mais amplos, pensando também na efetiva ocupação e exercício da soberania sobre essa porção do território. A partir desse objetivo é que foi criada a Amazônia Legal.

 

 

Amazônia e o avanço do desmatamento


O processo de desmatamento na Amazônia pode ser associado a projetos de mineração, garimpo, exploração da madeira e diversas outras atividades econômicas. Todavia, o principal fator responsável pelo desmatamento na Amazônia é decorrente da fronteira agropecuária no sentido norte do país. É importante destacar que, atualmente, é proibido cultivar soja em solo florestal. Assim, o desmatamento na região ocorre para a abertura de campos de pastagem, voltados para a criação de gado bovino. Com solos pobres, lixiviados e laterizados, o desmatamento leva à rápida perda de fertilidade. O elevado custo para incrementar a produtividade do solo para pastagens induz os pecuaristas a buscarem novas áreas para o desmatamento. Com isso, esses solos não mais florestados dão lugar à soja, ao milho, ao feijão, cujo cultivo justifica a recuperação dos solos.

 

A partir da década de 1990, o desmatamento na Amazônia passou a ser monitorado por satélite, bem como toda a região, a partir do Sistema de Vigilância da Amazônia (Sivam), já extinto. Esse projeto faz parte do Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam) e, desde então, passou por modernizações devido às novas tecnologias de monitoramento remoto. Tais recursos possibilitaram o acompanhamento em tempo real desse processo e a geração de terabytes em dados sobre o desmatamento, provenientes do Prodes (Programa de Monitoramento da Floresta Amazônica Brasileira por Satélite), sistema utilizado pelo Inpe que fornece estatísticas mais consolidadas e precisas que o Deter (Sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real), que faz medições usadas pela fiscalização no dia a dia.

A região monitorada corresponde aos limites da Amazônia Legal, área delimitada por lei, que corresponde aos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e parte do estado do Maranhão. Desde o início do monitoramento, estima-se que 754.840 km² foram desmatados, representando 15% da área total da Amazônia e 20% da área florestada. Isso é aproximadamente três vezes o estado de São Paulo.

Em 2019, esse desmatamento voltou a crescer, conforme apurou reportagem do Nexo Jornal. Segundo a reportagem, 2019 registrou a maior taxa de desmatamento, desde agosto de 2008. Foram 9.762 km² desmatados entre agosto de 2018 e julho de 2019, segundo dados do Inpe.

 

Amazônia, projetos militares, defesa e ocupação


Para entender por completo a atual situação dessa região, é necessário olhar para os principais projetos militares de defesa e ocupação da Amazônia durante a ditadura militar. O lema “Integrar para não entregar” é a frase que caracteriza diversos programas criados na segunda metade do século XX para essa região. Entre eles, destacam-se:

Ocupação e defesa militar

  • Sistema de Vigilância da Amazônia (Sivam): Projeto militar de monitoramento, por satélite e radares de solo, dos limites da Amazônia Legal, principalmente daqueles que fazem fronteira com outros países, no intuito de preservar a soberania nacional.
    Projeto Calha Norte: Programa de desenvolvimento e defesa, criado no governo de José Sarney, em 1985, objetivando o povoamento das fronteiras através da criação de uma infraestrutura ao norte dos Rios Amazonas e Solimões.
    Integração econômica
  • Zona Franca de Manaus: Projeto econômico implantado pelo governo militar brasileiro, em 1967, que, através de benefícios fiscais, buscava estimular a atração das indústrias para a região e, assim, incentivar uma maior ocupação. Destacam-se os setores de eletroeletrônicos e bens de informática, que, em 2014, corresponderam a mais de 50% do faturamento do Polo Industrial de Manaus.
    Projeto Grande Carajás: Projeto mineral cujo objetivo era criar toda uma infraestrutura para exploração e aproveitamento dos recursos minerais da Serra dos Carajás. O transporte de minério é feito através da ferrovia Estrada de Ferro Carajás (EFC) até o porto de São Luís, no Maranhão, ambos construídos e pensados especificamente para esse projeto.