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População no Brasil rural

Taxa de natalidade, taxa de mortalidade, crescimento vegetativo, balanço migratório e crescimento demográfico são importantes conceitos para entender os comportamentos demográficos de determinadas populações. Esses conceitos são fundamentais para entender o grande crescimento urbano observado na década de 1940 no Brasil.

Indústria, urbanização e queda da mortalidade

Explosão demográfica brasileira

Mudança da política econômica brasileira e a queda da natalidade

O Brasil e a atual transição demográfica

População no Brasil, do rural ao urbano 

Primeiramente, é importante entender como uma população pode crescer. Nesse sentido, é possível se observarem dois tipos de crescimento:

Crescimento vegetativo, fundamentado na diferença entre a quantidade de crianças que nascem e a quantidade de pessoas que morrem em determinado ano. Subtraindo-se a segunda taxa da primeira, tem-se o chamado crescimento natural ou crescimento vegetativo da população, que é indicado em valores percentuais ou em milhagem. Crescimento demográfico, que corresponde a esse crescimento vegetativo mais o saldo migratório. Leva em consideração o deslocamento das pessoas que emigram (saem) e imigram (chegam). Esse processo afeta diretamente o número de habitantes dos países de origem e destino.

É importante destacar que o crescimento demográfico brasileiro foi significativo apenas no século XX. No passado, o Brasil não apresentava um grande contingente populacional e, em pouco mais de 100 anos, a população cresceu em 180 milhões de habitantes. Para melhor entender essa questão, em 1900, o Brasil tinha 17,4 milhões de habitantes. Já 120 anos depois e segundo projeções do IBGE, esse valor alcançou 211 milhões de brasileiros. Esse crescimento tem profunda relação com a mudança de um país rural para um país urbano, que aconteceu na metade do século XX.

Explosão demográfica brasileira

O crescimento nesses 120 anos foi acelerado, sendo o país o quinto mais populoso do mundo. Esse período de crescimento acelerado ocorreu principalmente a partir de 1940 e se estendeu até 1960, com a queda na taxa de mortalidade. Tais dados podem ser observados nos dois gráficos abaixo. Nesse período, o país cresceu a taxas médias de quase 2,9% ao ano. Entre as razões para esse aumento, é possível se destacarem as conquistas na medicina, o avanço no saneamento básico, a existência de uma melhor infraestrutura e a consolidação das leis trabalhistas.

Mudanças políticas e o declínio da taxa de natalidade

Porém, a partir da década de 1960, com o intenso processo de urbanização, as taxas de crescimento começaram a declinar. A urbanização iniciou profundas mudanças no modo de vida das mulheres, bem como no custo de vida para se ter um filho. Isso fez com que as taxas de fecundidade e de natalidade começassem a cair. Em 2015, essa taxa de crescimento populacional era de apenas 0,83%. A taxa de fecundidade desse período alcançou os menores valores registrados, de 1,7 filhos por mulher.

 

 

O Brasil e a atual transição demográfica

O Brasil, nesses últimos anos, passou por significativas mudanças na estrutura da sua população. Mudanças na taxa de natalidade, mortalidade e fecundidade discutidas nesse material mostram todo esse caminho. Todavia, o mais importante é entender quais são os efeitos socioeconômicos dessa transformação.

  • Desaceleração do crescimento: a população brasileira continua crescendo, porém, em um ritmo menor. A quantidade de filhos por mulher diminuiu de forma expressiva, e isso ajuda a explicar essa menor taxa geométrica do crescimento populacional.
  • Redução da taxa de jovens: as menores taxas de natalidade e de fecundidade mostram o país em uma transição demográfica do nível 3 para o nível 4.
  • Crescimento da expectativa de vida: com a melhora na qualidade de vida e nas condições básicas da população brasileira, resultante da urbanização, industrialização e respectivo crescimento econômico, observou-se, nos últimos anos, um crescimento da esperança de vida ao nascer. Tal condição revela um processo de envelhecimento da população, que irá demandar maiores serviços médicos do setor de geriatria, bem como um melhor planejamento para as aposentadorias, ponto iniciado pela Reforma da Previdência aprovada em 2020.
  • Bônus demográfico: todas essas alterações indicam também que o Brasil ingressou no período de janela ou bônus demográfico, momento no qual há predomínio de adultos (População Economicamente Ativa) em relação aos idosos e jovens (População Economicamente Inativa).

Por fim, no gráfico abaixo, pode-se visualizar o crescimento vegetativo brasileiro do passado e as projeções para as próximas décadas. É possível se observar tudo o que foi discutido até agora, mas também o momento em que a população brasileira deixará de crescer, apresentando, pela primeira vez, crescimento vegetativo negativo, isto é, se não houver fluxo migratório significativo, a população brasileira, na década de 2040, começará a diminuir. Lembrando que essa é uma projeção e que esses valores podem e irão mudar, à medida que os anos passam.