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Questão sobre as Leis Trabalhistas

Neste vídeo o Prof. Claudio Hansen introduz alguns conhecimentos básicos sobre a industrialização Brasileira e responde uma questão sobre as leis trabalhistas da era vargas, apontando sua importância para a ascenção e consolidação da classe média http://desconversa.com.br/wp-content/uploads/2015/05/Materialdeapoioextensivo-geografia-exercicios-industrializacao-brasileira.pdf

Questão sobre J.K e o desenvolvimentismo

Questão sobre o Milagre Econômico Brasileiro

Questão sobre a Década Perdida

Questão sobre o Brasil Neoliberal

 O início da organização industrial brasileira

As atividades econômicas desenvolvidas no Brasil colonial foram fundamentais para expansão territorial brasileira. A economia era fundamentada em torno da produção de gêneros primários, voltados para exportação. O que explica o caráter litorâneo da ocupação do território nacional. Essas atividades são agrupas e estudas a partir dos ciclos econômicos:

 

  • Ciclo do Pau Brasil: Nessa fase inicial destacou-se a prática predatória de extração de Pau Brasil, no entanto, esse primeiro ciclo econômico não foi fundamental para a ocupação e organização do território, uma vez que a atividade tinha caráter seminômade e predatório, sem o intuito de fixação no lugar, acarretando apenas a construção de algumas vilas e povoados.
  • Ciclo do Açúcar: muito importante para a criação dos primeiros povoados, principalmente pela participação da figura dos bandeirantes. A necessidade de mão de obra para trabalhar nas lavouras e no beneficiamento da cana-de-açúcar leva ao surgimento das bandeiras. A partir dessas expedições, começa o processo de ocupação portuguesa em território espanhol, ultrapassando a linha do Tratado de Tordesilhas.
  • Ciclo do Ouro: com a competição externa ao açúcar brasileiro, a coroa Portuguesa decide voltar a busca por metais preciosos. Os bandeirantes vão ter um papel fundamental abrindo caminho para a descoberta do ouro em Minas Gerais, Mato Grosso e em Goiás. Esse ciclo vai ser importante para ocupação de regiões interioranas. A partir dessa atividade vai ocorrer uma intensa migração em para essas áreas de mineração proporcionando a criação de diversos povoados e cidades e o surgimento de um mercado interno mais significativo. A capital é transferida para o Rio de Janeiro, e com isso o Nordeste perde sua importância política e futuramente econômica com o ciclo do café.
  • Ciclo do Café: a fase mais vigorosa ocorreu no século XIX e início do século XX. O café foi fundamental para a consolidação do território nacional. O desenvolvimento da produção do café exigiu uma infraestrutura moderna para escoar a produção, passando a ser atendida pelas ferrovias. Essas futuramente passam até a ditar o caminho da ocupação pelo interior de São Paulo. A grande contribuição é que atividade possibilitou um maior desenvolvimento e investimento em São Paulo e Rio de Janeiro, de forma que a região sudeste assegurou a supremacia na economia nacional/

 

Arquipélagos econômicos

Quando observados todos esses ciclos econômicos, geograficamente, fica mais fácil entender que o desenvolvimento do território brasileiro ocorreu em forma de arquipélago (ilhas), isto é, áreas que apresentam certo desenvolvimento, porém sem articulação. As atividades econômicas se desenvolviam de formas isoladas, basicamente buscando atender a demanda externa.

 

Organização do espaço econômico brasileiro no século XVIII

 

O início do processo de industrialização brasileiro e o destaque da região Sudeste

 

O ciclo do café foi o motor inicial para esse processo. O espaço geográfico brasileiro foi estruturado exclusivamente ao redor do modelo primário-exportador. A partir do crescimento da economia cafeeira, o processo de urbanização se intensificou, principalmente no Rio de Janeiro e em São Paulo. Resultando na construção de uma infraestrutura (ferrovias) para escoar essa produção. Com o fim da escravidão e a chegada dos imigrantes, o mercado consumidor cresceu consideravelmente, o que possibilitou a produção para o mercado interno e o desenvolvimento das indústrias. A concentração desse processo na região Sudeste aumentou as disparidades inter-regionais.

Período Vargas e o Nacionalismo

A partir do crescimento da economia cafeeira, o processo de urbanização se intensificou, principalmente no Rio de Janeiro e em São Paulo. Toda uma infraestrutura de ferrovias e portos foram instalados para escoar essa produção. Com o fim da escravidão e a chegada dos imigrantes, o mercado consumidor também vinha crescendo consideravelmente, possibilitando a produção para o mercado interno e o desenvolvimento de algumas indústrias leves como a têxtil e a alimentícia. Dentre os fatores que beneficiaram a concentração industrial na região Sudeste podemos destacar:

  • Concentração de infraestrutura de energia, comunicação e transportes;
  • Concentração de mão de obra qualificada (lembrando a entrada de mão de obra estrangeira, em sua maior parte, já qualificada para os serviços fabris);
  • Concentração de mercado consumidor;
  • Rede bancária desenvolvida, por conta da presença de centros de produção de café.

É importante destacar o contexto mundial deste período. O mundo passava pelo fim da Primeira Guerra Mundial, conflito em que muitos dos principais países produtores de produtos industrializados estavam envolvidos, afetando o abastecimento mundial. Neste sentido, iniciou-se no Brasil a política de substituição de importações, ou seja, passou-se a produzir aqui o que antes se importava de outros países. A partir de Getúlio Vargas, pela primeira vez na história brasileira, o governo passa a investir massivamente na indústria nacional, principalmente através da criação das indústrias de base, fundamentais para fornecer insumos para outras indústrias, dentre as quais podemos destacar a Companhia Siderúrgica Nacional, a Vale do Rio Doce e a Petrobrás. Outra questão muito importante em Vargas e fundamental em uma sociedade urbana e industrial foi a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), em 1º de maio de 1943, introduzindo novos direitos aos trabalhadores, regulamentando férias remuneradas, horários de trabalho, condições de segurança, salário mínimo e a relação entre patrões e empregados.

 

JK e o Nacional Desenvolvimentismo

 

Juscelino Kubitschek foi eleito nas eleições presidenciais de 1955, após o suicídio de Getúlio Vargas, tendo João Goulart como vice. Durante o governo de JK (1956-1961) a economia brasileira se abriu para os investimentos internacionais – momento este em que entraram no Brasil grandes montadoras como a Ford e a Volkswagen. Atendendo assim a proposta desenvolvimentista que visava a “decolagem” (“take off”) da industrialização brasileira. Essas indústrias instalaram suas filiais na região Sudeste, principalmente, nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e ABC paulista (Santo André, São Caetano e São Bernardo). As oportunidades de empregos aumentaram muito nesta região, atraindo assim muitos trabalhadores de todo Brasil. Este fato fez aumentar o êxodo rural e a migração de nordestinos e nortistas para as grandes cidades do Sudeste.

O lema “50 anos em 5” demonstrou o objetivo audacioso de JK de desenvolver a economia brasileira rapidamente. A expressão sintetizava a promessa de obter cinquenta anos de progresso em cinco anos de governo. Para isso elaborou o Plano ou Programa de Metas com 31 metas distribuídas em cinco grandes grupos: energia, transportes, alimentação, educação e indústrias de base. A construção de Brasília, nova capital, foi apresentada como a síntese de todas as metas. Com a transferência da capital do Rio de Janeiro para Brasília, JK pretendia desenvolver a região central do país e afastar o centro das decisões políticas de uma região densamente povoada. Com capital oriundo de empréstimos internacionais, Brasília foi finalizada e inaugurada, em 1960.

O projeto de industrialização baseava-se em um tripé econômico formado por: capital estatal em infraestrutura e indústria de base, capital privado nacional em indústrias de bens de consumo não duráveis, e pelo capital privado estrangeiro responsável pelo investimento em indústrias de bens de consumo com investimento tecnológico.

 

Durante o governo de JK, o Brasil recebeu mais de 2 bilhões de dólares destinados ao Programa de Metas e o valor da produção industrial cresceu 80%. O PIB crescia ao ritmo de 7,9% ao ano, o que representava uma alta taxa de crescimento. No entanto, com os elevados gastos públicos o Programa começou a entrar em déficit, promovendo o endividamento do Estado. De um lado a entrada de multinacionais gerou empregos, porém, por outro lado deixou o país mais dependente do capital externo. A migração e o êxodo rural descontrolados fizeram aumentar a pobreza, a miséria e a violência nas grandes capitais do Sudeste do país.