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Revisão do módulo “Correntes sociológicas 1"

Procurando iniciar bem o novo módulo sobre as correntes sociológicas que ainda nos cabe estudar, a professora Larissa Rocha nos recorda quais são as escolas de pensamento social que vimos anteriormente e qual a sua importância.

O Funcionalismo

O Marxismo

A Escola de Chicago

Escola de Frankfurt e revisão do módulo

Primeiras correntes do pensamento sociológico

A primeira corrente do pensamento sociológico é chamada de profetas do passado. Isso porque eles são reacionários. Eles criticavam o iluminismo e a revolução francesa. Para eles, esses fenômenos sociais eram os causadores dos problemas enfrentados pela sociedade no final do Séc. XVIII e início do Séc. XIX. Os socialistas utópicos, por sua vez, defendiam uma sociedade mais igualitária organizada em torno do bem comum.  Essa corrente do socialismo defendia a expansão dos princípios da Revolução Francesa para criar uma sociedade mais racional. O termo utópico foi associado a esses socialistas pejorativamente por socialistas científicos por considerarem as ideias desse grupo de pensadores como ingênuas e irrealizáveis, mas seus objetivos nem sempre eram utópicos. Eles defendiam o estabelecimento de um suporte rígido para a ciência e a criação de uma sociedade baseada em princípios científicos.  Já a corrente positivista defendia, em grande medida, a aplicação de métodos científicos baseados na experimentação como única forma de proporcionar um conhecimento verdadeiro sobre a sociedade. Assim, a ciência da sociedade deve ser rigorosa, baseando-se sempre na experimentação a fim de explicar corretamente os fenômenos sociais. No socialismo científico, diferente dos utópicos, há a tentativa de explicar os problemas sociais através de uma análise lógica e crítica. Identificando que o problema da sociedade capitalista é a relação de opressão que existe entre as classes, esse grupo de pensadores se dedicou a construir uma teoria sólida de superação desse problema. A principal diferença entre o socialismo utópico e o científico era a noção de que as condições históricas que geraram o socialismo estavam ligadas às contradições essenciais do sistema que o produziu, o capitalismo. Sendo assim, o capitalismo é irresolvível como sistema contraditório, não podendo ser reformado, mas apenas superado.


Sociologia se estabelecendo como ciência

O funcionalismo é uma corrente das ciências sociais que se baseia na ideia de que os indivíduos e as instituições sociais exercem uma função específica  na sociedade. O funcionamento precário de cada instituição resulta na desregulação da organização social. Nessa corrente a sociedade é interpretada metaforicamente como um organismo vivo que depende do funcionamento pleno de seus órgãos para se manter saudável.

No funcionalismo tende a uma interpretação holística da sociedade, ou seja, que foca no todo, numa orientação de nível macro. Isso significa dizer que essa corrente considera mais importantes fenômenos sociais amplos como a moral, as instituições sociais e a divisão do trabalho. Sendo assim, o funcionalismo abordará a sociedade em termos de elementos constituintes, como as normas, os costumes, as tradições e as instituições, deixando a análise do indivíduo em segundo plano.

Por força da influência das ciências naturais, principalmente a Biologia, o funcionalismo acredita que as sociedades evoluem como os organismos vivos. Essa crença levou ao desenvolvimento do evolucionismo social e do darwinismo social, culminando no racismo científico e tendo sérias consequências sociopolíticas.

Buscando se afastar da utopia, o marxismo articula correntes anteriores de grande influência. Seu método ficou conhecido por materialismo histórico dialético (às vezes citado como materialismo histórico ou materialismo dialético). Sua análise das dinâmicas sociais afasta qualquer idealismo, apesar de compreender a realidade como um processo dialético. Isso porque, segundo a interpretação de Marx, as relações sociais estão baseadas nas possibilidades de produção da vida material, ou seja, como suprimos nossas necessidades define como se darão as relações de produção que fundarão o resto da sociedade. Além disso, Marx entende que essas relações abrigam opressão e exploração, o que gera conflito e contradição, onde entra a visão dialética da realidade. A partir desses conflitos surgem novas formas de estar no mundo pelas transformações históricas em como produzimos a vida material.

Marx e Engels acreditavam que o capitalismo era contraditório, pois quem produzia a riqueza não era quem a controlava. Por isso, eles não achavam possível uma boa vontade da burguesia. Para eles, apenas uma transformação na forma como o modo de produção se estabelece pode pôr fim aos problemas sociais gerados pelo capitalismo. Não se trata de ignorar o desenvolvimento histórico, afinal, para Marx, a história é processo dialético. Confrontada pelas suas contradições, a sociedade capitalista passaria para um novo estágio, síntese dessa contradição, um modo de produção comunista onde não há propriedade privada dos meios de produção (onde todo trabalhador tem acesso aos meios necessários para a produção da vida material) que abolirá a superestrutura formada pelo capitalismo possibilitará o exercício real das ideias de liberdade e igualdade política e jurídica defendidas pelo liberalismo.

A Escola de Chicago representa uma guinada no estudo das ciências sociais que se direcionam para estudos das cidades e dos centros urbanos e do uso de etnografia (um método muito restrito à Antropologia) para pesquisas sociológicas. É nessa corrente sociológica que surge a ideia de microssociologia, o estudo do cotidiano, dos pequenos fenômenos e das interações sociais. Esses recursos metodológicos foram aliados à estatística e levantamento quantitativo de dados.

O meio urbano é um dos temas principais da Escola de Chicago. A questão da diferença toma outra perspectiva (do “outro” para o “próximo”). Dentro desse tema surgem muitas questões como surgimento de favelas, a proliferação do crime e da violência, o aumento populacional, tão marcantes no início do século XX.

A escola de Frankfurt foi um movimento intelectual criado por filósofos e cientistas sociais de orientação marxista em 1924, na Alemanha, que ficou caracterizado por uma análise crítica da sociedade contemporânea.  Vários dos seus integrantes foram perseguidos e tiveram que fugir do regime nazista, e uma de suas mais importantes contribuições para a teoria crítica da sociedade ocorreu através do conceito de indústria cultural ou cultura de massas.

A principal preocupação dos autores da Escola de Frankfurt era sua abordagem abrangente da vida social, alcançando aspectos variados. Mesmo com grandes diferenças em seus pensamentos, todos produziram uma teoria crítica da sociedade.

Um dos principais conceitos da Escola de Frankfurt é o de sociedade de massas que designa uma sociedade em que o avanço tecnológico está submetido à reprodução da lógica capitalista. Nela, a lógica mercadológica avançou sobre outros aspectos da vida, como lazer, arte e cultura em geral. A sociedade em que viveram, e vivemos, é essa sociedade de massas, onde o consumo e a diversão são utilizados como forma de garantir a estabilidade social ocultando as contradições do sistema capitalista e diluindo seus problemas.