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Sujeito moral

Neste vídeo, a professora Larissa resolve uma questão de vestibular sobre Sujeito moral.

Agir ético

Ética e moral

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Moral e lei

Concepções de bem

Moral e sociedade

Moral

A palavra moral vem do latim moris que significa costumes. Para conviver em grupo sem que se instaure o caos é necessário que existam regras e normas de comportamentos que definimos como valores. Esses valores são uma espécie de bússola definindo o que apropriado fazer. Essas práticas positivas são importantes para manter a coesão social. Dessa forma, nossa convivência é guiada por um senso mais ou menos compartilhado de certo e errado, bom e mau, adequado e inadequado. Todo esse aparato comportamental é compartilhado em um meio social, ensinado a todos desde o nascimento. Assim, todos os seres humanos realizam suas ações a partir do que julgam ser certo ou errado. Também podemos julgar, a partir de um dado código moral, as ações dos outros. Esse julgamento, baseado nos valores ou regras morais, é conhecido por juízo moral.

A moral varia de grupo para grupo. Toda sociedade, independentemente de sua estrutura, tipo de governo ou cultura, possui seu próprio conjunto de valores morais. Não à toa facilmente podemos observar que, para uma determinada cultura, certa atitude ou hábito é correto, enquanto para outra não é. Um exemplo disso é a nudez, que para algumas tribos indígenas não é considerada errado, mas para a nossa já é vista como atentado ao pudor. Toda moral expressa uma compreensão da vida, uma “visão de mundo”. É comum que essa visão de mundo seja naturalizada e tomemos nossa percepção de certo e errado como certos e errados universais. Superar essa naturalização é um passo importante para compreender as diferenças e distinguir o juízo que fazemos baseados em nossa subjetividade e os fatos em si.

Além de variar de acordo com o meio social em que está inserida, a moral também se modifica ao longo do tempo numa mesma cultura. A inserção das mulheres no mercado de trabalho é um bom exemplo disso. Há 100 anos atrás era considerado impróprio que uma mulher trabalhasse, já que sua principal função era cuidar do lar e da família. Hoje em dia, com a alteração de seu papel social, não se vê mais como algo errado que a mulher trabalhe.

Considerar o próximo é um aspecto fundamental nos juízos morais. Porque, além de ser um aparato construído e compartilhado coletivamente (baseado em expectativas coletivas), o código moral também se manifesta como garantia mínima de integridade e dignidade. O debate e reprodução dos valores morais em sociedade se guia pelo zelo e preocupação com o bem-estar dos indivíduos em comunidade. Isso significa dizer que essas regras e normas apontam comumente para o reconhecimento dos humanos como pessoas dotadas das características de humanidade possíveis no interior de cada cultura. 

Na relação entre os valores e as ações e ideias é possível afirmar que estas podem ser classificadas como morais, imorais e amorais. Ações e ideias morais são as que estão de acordo com o código moral nas quais estão inseridas. Ou seja, se uma ação ou ideia observa os valores do grupo onde ocorrem, ela é considerada moral. Imoral é seu exato oposto. Qualquer ação ou ideia que, ciente do código moral, fere os valores formados e compartilhados por um dado grupo. Comumente tratamos o que imoral e amoral como sendo a mesma coisa. Mas há uma diferença essencial. Ações e ideias amorais não são adequadas à moral porque desconhecem o código de valores. As pessoas que realizam essas ações não dominam essas normas e, por isso, não têm como as observar.

Ética

Ética é uma palavra oriunda do grego ethos, que significa comportamento. No dia a dia não parece haver diferença entre moral e ética e acabamos utilizando essas palavras para designar a mesma coisa, mas seus objetos são distintos. A ética é o campo da filosofia que analisa a moralidade do modo mais abrangente possível. Aqui o que está em jogo não é mais o agir de grupos isolados apenas, mas a ação humana em geral, ou seja, ela estuda os sistemas morais. Deste modo, buscamos compreender as interdições e exigências que cada comunidade impõe aos seus membros. Este campo da filosofia visa unir teoria e ação de modo que as conclusões alcançadas se tornem ferramentas para a boa convivência social e meio para a felicidade.

A ética, então, é mais que um código moral ou um conjunto deles, é a atitude filosófica frente ao comportamento humano e o que o guia. É uma reflexão sobre o que fazemos e porque fazemos. Um estudo sobre o que é adequado e o que é inadequado ao longo da história. Não busca apenas entender, mas aperfeiçoar nossa moralidade. Enquanto um indivíduo pode ser passivo e mesmo assim agir conforme um código moral, um indivíduo ético é reflexivo e questionador. Dotado de senso moral (ou juízo moral, a maneira como avaliamos ações, ideias e situações) e de consciência moral (agir conforme nosso senso ou juízo e assumir a responsabilidade por isso), o indivíduo ético se torna um agente moral, colocando em prática sua autonomia que pode tanto o levar a reproduzir tradições como romper com elas.

Bioética

A ética possui uma subárea que está em voga nestes últimos anos, a bioética. É uma aproximação da filosofia com a biologia e a medicina, em questões sensíveis aos avanços científicos dessa área.  São conceitos, valores e condutas que tratam dos problemas do comportamento humano referentes ao início, desenvolvimento e fim da vida, como aborto, uso de células tronco, pena de morte, ética ambiental, eutanásia, uso de cobaias etc. Essa discussão interdisciplinar ainda envolve o Direito. Um dos principais fatores de surgimento dessa subárea foi o desenvolvimento de técnicas médicas e experimentos científicos na Alemanha nazista.

Escolas Éticas

Ao longo da história da filosofia algumas escolas éticas se destacaram. Ou seja, alguns grupos entenderam de formas diferentes o modo como o homem deveria guiar suas escolhas. As principais escolas são:

Eudaimonismo ou teleologismo: Para o eudaimonismo (eudaimonia = felicidade) a felicidade é o télos finalidade da vida humana, sendo por isso o critério do certo e do errado. O homem deve praticar as virtudes (hábitos bons que conduzem à felicidade) e fugir dos vícios. Exemplo de eudaimonistas: Aristóteles, Tomás de Aquino e Agostinho.

Deontologismo: Para o deontologismo (deon= dever em grego) o certo é uma norma universal que tem valor por si mesmo. Por isso deve ser cumprido independentemente de qualquer benefício ou prejuízo que traga ao homem. sua obrigatoriedade é categórica. Exemplos de deontologistas: estoicismo antigo e Kant.

Utilitarismo: Para o utilitarismo, como o próprio nome indica, o certo e o errado são definidos pela utilidade imediata das ações. Trata-se de um cálculo racional: A ação correta é aquela que produz maiores benefícios e menos prejuízos; maior prazer e menor dor, e vice e versa. Exemplos de utilitaristas Epicuro, Bentham e Mill.

Relativismo: Para o relativismo não é possível estabelecer critérios universais para a conduta humana, pois estes são sempre relativos de acordo com as culturas dos indivíduos. Exemplos de relativistas: sofistas e Nietzsche.