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Exercício 01: Expressão filosófica

Confira!

Exercício 02: Funções dos mitos

Exercício 03: Passagem da atividade mítica para a filosófica

Exercício 04: Mito para logos

Exercício 05: Surgimento da filosofia

Exercício 06: Proposta filosófica

O que é Filosofia?

Não há uma resposta fácil para essa pergunta. Passaremos muito tempo juntos tentando responder essa questão. Mas, para começar, podemos dizer que, por toda a história, vários pensadores tentaram definir o que é Filosofia, alguns refutando outros, alguns logrando mais sucesso que outros. Ao longo dessa história também foram levantadas muitas questões diferentes. Perguntas como por que estamos aqui, como tudo ao nosso redor foi criado, do que a matéria é feita, como saber se algo ou alguém é bom e de onde vem as ideias são alguns exemplos dos temas encarados pela Filosofia, constantemente colocados como problemas a serem resolvidos.

Por essas perguntas, poderíamos dizer então que a Filosofia é uma área do conhecimento dedicada a investigar questões fundamentais sobre existência, conhecimento, valores, razão, mente e linguagem. Só que, na Filosofia, não importa só o tema, importa como eles são abordados. A abordagem lógica das questões filosóficas é essencial para construir um saber propriamente filosófico. E como a logos se tornou importante é o que vamos ver a seguir

A passagem do mito ao logos

A mitologia grega consiste na forma mais antiga de crença do homem ocidental, através da qual os gregos buscavam explicar a realidade através de entes sobrenaturais e figuras mitológicas. Nesse sentido, podemos dizer que a mitologia surge, na Grécia Antiga, a partir do espanto do ser humano com o mundo, ou seja, a partir do estranhamento com tudo aquilo que o rodeava e que, naquele momento, ainda não possuía uma explicação racional.  A mitologia era narrada em forma de poesia e era cantada nas ruas pelos poetas, dentre os quais o mais famoso foi Homero, que teria vivido por volta do século IX A.C. Assim, a mitologia era passada de geração para geração através dos poetas, o que garantia a divulgação e manutenção dos valores, hábitos, crenças e crenças do povo grego.

Num dado momento da cultura grega, as explicações mitológicas tornam-se insuficientes e o homem sente a necessidade de buscar respostas mais racionais para as questões que o afligiam.  Diversas transformações no âmbito da cultura grega contribuíram para o surgimento do pensamento filosófico, tais como: a redescoberta da escrita, o surgimento da moeda, a formulação da lei escrita, a consolidação da democracia, entre outras. A partir dessas transformações puderam surgir no século VI A.C os primeiros filósofos, que ficaram conhecidos como filósofos pré-socráticos. Esses primeiros pensadores se interessavam em descrever a natureza (physis) sem apelar para seres sobrenaturais e para figuras mitológicas.  Sua grande tarefa era explicar a natureza a partir de elementos naturais.

A mitologia era tida como uma verdade absoluta, um conhecimento inquestionável no âmbito da cultura grega antiga.  Já a filosofia, enquanto tentativa de um pensamento mais racional, tem como fundamento o questionamento, a interrogação, a dúvida, a suspeita, o que provoca uma ruptura na cultura grega.  A passagem do mito para a filosofia não foi rápida, mas sim um lento processo de transformação, em que a mitologia deixa de ser entendida como uma verdade absoluta, possibilitando o surgimento de explicações mais racionais da realidade e da natureza.  

 mitologia x filosofia

Enquanto a mitologia explicava a origem das coisas da natureza apelando para seres divinos.  Por exemplo: A origem dos mares era explicada a partir da existência do Deus Poseidon.  Já a filosofia buscará uma explicação da origem das coisas a partir da própria natureza. Uma das questões principais desses primeiros filósofos era a definição do princípio primeiro (arché) que rege toda a natureza (physis).  Alguns deles dirão que o princípio que rege a natureza é a água, outros dirão que é o fogo, outros dirão que é a conjugação de fogo, água, terra e ar, entre outras concepções.  O que é fundamental, entretanto, é a ruptura que esses filósofos provocam na medida em que se recusam a explicar a natureza a partir de seres sobrenaturais para tentarem, ainda que de maneira precária, a formulação de um pensamento mais racional.  Assim, observamos a lenta passagem do pensamento mitológico para o pensamento filosófico.