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Introdução ao filme

O professor Gui de Franco analisa o filme Babel. Confira!

Sinopse do filme

Diversidade cultural e alteridade

Globalização e Multiculturalismo

Violência: Visibilidade e Representatividade

O filme Babel é parte de uma trilogia do Caos composta por outros filmes do cineasta Iñárritu. O caos é abordado pela teoria do caos representado pelo "efeito borboleta". A teoria do caos não propõe o caos constante, mas uma conexão entre eventos que podem alterar completamente o curso dos acontecimentos, tornando a idea de destino infundada e complexificando a realidade ao ponto de tornar o futuro imprevisível. É uma ideia de movimento, de mudança.

O filme traz quatro núcleos articulados por um acidente. Dois jovens marroquinos estão testando o alcance de uma arma e acertam uma turista americana em viagem pelo Marrocos. Esse acontecimento é interpretado inicialmente como um ataque terrorista e gera uma tensão política. Já nesse momento do filme é possível ver temas como multiculturalismo e etnocentrismo, globalização, questões de classe, sexualidade e estigmas sociais.

A diversidade cultural, a identidade e a alteridade são notáveis por conta do choque cultural produzido pelo filme. Não à toa o nome é "Babel". É uma referência ao mito da torre de Babel e o surgimento das diferentes línguas humanas e, por extensão, das diferentes culturas.

A globalização e a questão das fronteiras é trazido no filme na babá das crianças do casal americano em viagem. Ela precisa ir à um casamento no México e não tem com quem deixar as crianças. Por isso, ela as leva e, no retorno aos EUA, ela é parada e perseguida pela polícia da fronteira.

O que nos iguala? O que nos diferencia? Essa proximidade produzida pela globalização intensifica os problemas de entendimento entre os povos. Mas se temos os mesmos problemas, as mesmas vivências, a mesma condição humana, por que não buscamos uma mesma solução para nossos sofrimentos? Como isso seria possível? Através do trabalho de tradução intercultural proposto por Boaventura de Sousa Santos.

O filme produz uma escalada da violência, mostrando as diferenças culturais e as possíveis formas de violência que encontramos nos diversos tecidos sociais. Há várias formas de violência. No núcleo japonês, por exemplo, há uma menina surda que sofre uma invisibilização social que é uma violência simbólica. A própria tensão que surge entre EUA e Marrocos se baseia em violência simbólica por presumir que o ocorrido foi um ataque terrorista.