E se Febre Amarela aparecer no seu vestibular?
A Febre Amarela ganhou os noticiários recentemente depois que rolou um surto da doença em alguns estados do país, como Minas Gerais e Espírito Santo. Além de uma questão super importante de saúde pública, o assunto também é bastante cobrado no Enem e vestibulares e, com a volta do debate sobre a doença e suas formas de prevenção, pode até virar tema de Redação.
Preparamos um resumão sobre o tema e, ainda por cima, um vídeo super completo da nossa série Dose de Atualidades contando tudo o que você precisa saber sobre Febre Amarela! Confira:
Resumo
Transmissão, sintomas e tratamento
A Febre Amarela é uma doença infecciosa grave causada por um vírus e ocorre na América do Sul, América Central e em alguns países da África. Sua transmissão pode ser feita por mosquitos diferentes, dependendo da área em que você se encontra:
- Em áreas florestais, o vetor da Febre Amarela é o mosquito Haemagogus
- Em áreas urbanas, o vetor é o mosquito Aedes aegypti (sim, o mesmo da dengue!)
A infecção acontece quando um desses vetores infectados pela Febre Amarela pica uma pessoa que nunca tenha tomado a vacina para essa doença, desde que ela não tenha sido infectada antes. É importante lembrar que não é possível uma pessoa passar Febre Amarela para a outra, ok?
Os primeiros sintomas da doença aparecem super do nada e duram por mais ou menos 3 dias, são eles:
- Febre alta
- Calafrios
- Cansaço
- Dor de cabeça
- Dor muscular
- Náuseas
- Vômito
Existe uma versão mais hard da Febre Amarela, que é bem rara. Nesse caso, depois de um período de bem-estar (geralmente, dois dias), a pessoa infectada passa a ter:
- Insuficiência hepática e renal
- Icterícia – ou seja, olhos e pele amarelados
- Manifestações hemorrágicas
- Muito cansaço
E como é feito o tratamento das pessoas infectada pela Febre Amarela? Apenas seus sintomas são tratados, não há como tratar o vírus em si. Por isso, o recomendado é repousar e fazer reposição de líquidos – ou seja, tomar muuuita água! Mas, nos casos mais graves, pode ser que o paciente tenha que ser atendido na UTI (Unidade de Terapia Intensiva), assim ele tem mais atenção de médicos especializados e corre menos risco.
Atenção: quem está com Febre Amarela não deve tomar Aspirina nem medicamentos do tipo AAS (anti-inflamatórios, anti-inflamatório, antipirético, analgésico e antiplaquetário).
Primeira epidemia da Febre no Brasil
Primeiro de tudo: o que é uma epidemia? Epidemia é quando uma doença infecciosa ocorre numa comunidade ou local específicos e se espalha rapidamente para outras regiões, gerando um surto epidêmico e atingindo um grande número de pessoas. Isso é possível pela propagação através de vários fatores que dependem da natureza do vírus, como ar, saliva, água, sangue e animais hospedeiros – esse último é o caso da Febre Amarela!
O primeiro registro da doença no Brasil é de 1685, quando ocorreram surtos de Febre Amarela em Olinda, Recife e interior de Pernambuco. No entanto, a primeira epidemia em terras brasileiras rolou em 1849 no Rio de Janeiro – na época, capital do Império. O vírus foi trazido por um navio vindo de Nova Orleans (Estados Unidos) e Havana (Cuba), chegou em Salvador e infectou portos de todo o litoral do Brasil.
Nessa época, o Rio de Janeiro não tinha esgotos – era tudo despejado a céu aberto -, não havia coleta adequada de lixo e a população cultivava muitos hábitos que hoje consideramos antihigiênicos, como deixar restos de animais em suas portas. Todos esses fatores contribuíram para a rápida propagação do vetor da Febre Amarela, infectando mais e mais pessoas.
Prevenção: vacina de Febre Amarela
A vacina contra a Febre Amarela é considerada pela Organização Mundial da Saúde como a forma mais importante e eficiente de combater a doença. Em áreas endêmicas – ou seja, regiões que são propícias a serem atingidas por um vetor de um vírus específico -, é necessário que, no mínimo, 80% da população esteja vacinada para evitar a proliferação da doença para outros locais.
Essa vacina contém vírus vivos em uma dose atenuada e funciona estimulando o organismo a produzir sua própria proteção, os anticorpos, contra o vírus da Febre Amarela. A pessoa que tomar a vacina só poderá ser considerada protegida contra a doença a partir do décimo dia depois de tomá-la e estará imune por 10 anos.
As áreas do Brasil para as quais a vacina é altamente indicada para a população são:
- Todos os estados da região Norte e Centro-Oeste
- Maranhão
- Sudoeste do Piauí
- Oeste e extremo-sul da Bahia
- Minas Gerais
- Oeste de São Paulo
- Norte do Espírito Santo
- Paraná
- Rio Grande do Sul
- Santa Catarina
Se você for viajar para alguma dessas regiões do país ou para os países listados aqui – nos quais a comprovação de que você tomou a vacina da Febre Amarela é exigida para entrar no país -, fica ligadinho: você deve tomar a vacina pelo menos 10 dias antes do embarque para viajar já imunizado!
A vacina também tem contraindicações. Veja quem não deve tomar:
- Gestantes
- Mulheres que estejam amamentando
- Crianças até 6 meses
- Pessoas com mais de 60 anos
- Pacientes oncológicos (com câncer)
- Portadores de doenças crônicas
Cuidados na proliferação
Além da vacina, é super necessário combater os agentes transmissores – os mosquitos hospedeiros do vírus da Febre Amarela – para que eles não se proliferem.
Como vocês já devem saber de cor e salteado, o Aedes aegypti – que é o vetor da doença em áreas urbanas -, se reproduz em água parada. É nela que a fêmea deposita seus ovos. Assim, a principal recomendação é ficar de olho e manter caixas d’água, pneus, latas e demais recipientes sempre tampados, secos e limpos.
Outro método usado pelos governos dos locais com muita presença do Aedes aegypti é o “fumacê”, a aplicação de inseticida pelas ruas e casas. Apesar de ser não ser considerado tão eficaz no combate contra o mosquito, já ajuda na prevenção, né?
Depois de tanto conteúdo fadão sobre Febre Amarela, diz aí: você está super preparado para acertar todas as questões sobre a matéria no Enem e ainda arrasar nos dados e argumentos maneiros na Redação? 😀