Atualidades: Ellen Page, Bolsonaro e Direitos LGBT
Em 2015, Ellen Page passou o carnaval no Brasil e acompanhou de perto a realidade da luta por direitos LGBT. Vem saber mais!
Está lançada a discussão da semana: a não ser que você tenha passado um tempinho em Marte, você deve estar ligado que o episódio desta semana de “Gaycation” viralizou e todo mundo está comentando. Não sabe do que estamos falando? “Gaycation” é uma série de documentários que acompanha Ian Daniels e a atriz Ellen Page enquanto eles viajam para investigar a cultura e os direitos LGBT ao redor do mundo. Nesta semana, foi lançado um episódio sobre o Brasil, em que a Ellen entrevista o polêmico deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) e um policial que lhe disse abertamente que assassinava gays.
Para saber um pouquinho do que rolou neste episódio, dá uma olhada nesse vídeo!
Bem, sabemos que a luta pelos direitos LGBT está longe de acabar, mas avançamos bastante nos últimos anos. Já imaginou se isso vira tema da sua redação ou cai no seu vestibular? É melhor você ficar por dentro de tudinho! Separamos alguns marcos na história que você super pode usar para fazer uma boa argumentação.
1) Stonewall
Em 28 de junho de 1969, os frequentadores do bar Stonewall se revoltaram contra a polícia, em Nova York, e entraram para a história dos direitos LGBT. Acontece que Stonewall era um bar gay super famoso na época, e a população LGBT local, cansada dos abusos das autoridades, se rebelaram no que é considerado a primeira grande reação LGBT dentro dos Estados Unidos. Um ano depois, no primeiro aniversário da revolta, houveram marchas em São Francisco, Los Angeles e Nova York – e, assim, nasceu a Parada LGBT.
A história é tão importante que rendeu até um filme no ano passado, chamado “Stonewall”. Porém, devemos avisar que o filme não se deu muito bem, não: o diretor Roland Emmerich recebeu muitas críticas por excluir do filme lésbicas, pessoas negras, transgêneros e transsexuais e muitas outras minorias que compõem a comunidade LGBT.
2) Casamento igualitário


“Se Deus odeia gays, porque somos tão fofos?”
Em 5 de maio de 2011, o Supremo Tribunal Federal reconheceu, em decisão unânime, a equiparação da união homossexual à heterossexual, e, em 2013, o Conselho Nacional de Justiça aprovou uma resolução que obriga todos os cartórios do país a converterem uniões estáveis homoafetivas em casamentos civis. Antes disso, um cartório poderia negar o pedido de casamento; agora, ainda pode negar, mas terá que arcar com sanções administrativas.
Ou seja, legalmente, um casal gay pode estar tão casado quanto um casal hétero, certo? <3 Isso se estende também para todos os outros direitos, como adoção de filhos, aposentadoria, pensão em caso de morte do cônjuge, plano de saúde, etc.
Em 2015, nos Estados Unidos, o casamento gay foi legalizado para todo país. Em comemoração, o Facebook disponibilizou um filtro colorido para as fotos de perfil. Eu sei que você se lembra de todo mundo apoiando o casamento igualitário. Foi um show de empatia <3
3) Cirurgia de transgenitalização
Você sabia que é errado falar que alguma pessoa vai “trocar de sexo”? O certo é “cirurgia de transgenitalização”. Isso porque transsexuais e transgêneros não desejam “mudar de sexo”. Elas(es) simplesmente não se identificam com o gênero ao qual foram designados ao nascer, e a cirurgia de transgenitalização os(as) ajuda a mudar isso.
Para as pessoas trans que se sentem incomodadas com seus corpos, a cirurgia é muito importante: é estatístico que muitos(as) trans sofrem de depressão e problemas com seus corpos, chegando até mesmo a se mutilar para atingir o corpo que desejam. A cirurgia os(as) ajuda a recobrar a auto-estima e se identificarem com seu gênero, e, desde 2008, pode ser feita pelo Sistema Único de Saúde (SUS) nos hospitais públicos dos Estados! O pedido deve ser feito em postos de saúde, e o processo preparatório demora obrigatoriamente 2 anos, em que o paciente passa por um acompanhamento psicológico.
4) Nome social
O nome social é outro fator muito importante para as pessoas trans. O nome social é o nome pelo qual essas pessoas preferem ser chamadas. Desde 2010, servidores públicos federais travestis ou transsexuais podem usar o nome social em crachás, nos cadastros do trabalho, etc. Algumas universidades já começaram a disponibilizar essa opção também, e é muito importante respeitar não só o nome, como também o gênero da pessoa. Por isso, sempre se policie e fique atento quanto a maneira que você está se referindo a ela, se é no masculino ou no feminino!
5) Criminalização da homofobia
Em 2013, a Secretaria de Direitos Humanos apresentou o texto inicial de um Projeto de Lei que prevê a criminalização da homofobia, debate que vem rolando desde 2001. Infelizmente, a Lei ainda não foi aprovada, o que dificulta bastante o combate ao preconceito no país 🙁 Todo ano, acontecem vários processos por crimes homofóbicos no Brasil, porém, poucos vão para frente, devido ao pouco amparo legal.
Vamos lembrar: pessoas LGBT são agredidas e assassinadas todos os dias no mundo inteiro, e o Brasil é campeão em agressões. Se um de nós perde um direito, todos perdemos, certo? A luta pela criminalização da homofobia é de todos nós, e temos que fazer esse rolê ir para frente!
E aí? Já sabe tudo sobre direitos LGBT para arrasar na prova? Deixe um comentário!