
Depois de falarmos sobre os verbos, não poderíamos deixar de dar importância ao seu aspecto semântico. Em primeiro lugar, devemos reforçar que, quando falamos em semântica, nos referimos à significação. Por isso, quando dizemos que vamos estudar a semântica dos modos e tempos verbais, queremos dizer que estudaremos os significados que eles carregam.
Vamos ver como isso funciona na prática?
É o modo que dá uma ordem, um conselho, uma dica, uma súplica, uma sugestão ou faz um pedido. Ele é formado a partir do presente do indicativo e não é subdividido em tempos.
Exemplos: Coma tudo! / Não faça isso! / Leia com atenção.
Devemos prestar atenção quando usar o imperativo na 1ª pessoa do plural (nós), pois podemos confundi-lo com o subjuntivo. Para que fique mais claro, devemos ter em mente que, ao contrário do subjuntivo, o imperativo não depende de uma subordinação.
Exemplo: Não desistamos de nossos ideais.
OBS: O modo imperativo é utilizado no texto injuntivo (receita, manual, etc.).
É o modo da incerteza, do desejo, da possibilidade. A semântica do subjuntivo nunca será de certeza, mas sempre de possibilidade, dúvida, irrealidade.
Exemplos: Espero que você venha. / Se ele viajasse, seria ótimo.
Ele ocorre somente em estruturas subordinadas. Isso quer dizer que ele vai aparecer em uma estrutura dependente de outro verbo – quero (verbo do qual o subjuntivo depende) que ele venha (subjuntivo) –, ou dependente de um nome – talvez (nome do qual o subjuntivo depende) ele venha (subjuntivo).
O modo indicativo é o mais versátil. Ele é o único em que o verbo afirma, que fala com certeza. Porém, isso não o impede de trabalhar também com a dúvida e com a possibilidade.
Exemplos: Eu sairei hoje. / Eu acho que tudo dará certo.
O modo indicativo não precisa ocorrer, necessariamente, em uma estrutura subordinada. Por exemplo: Eu não sei nada da matéria! (estrutura sem subordinação, não depende de nenhuma outra); Eu quero que tudo dê certo. O dê está subordinado ao verbo quero, não poderia existir sem ele. Não existe a frase “tudo dê certo”, parece que falta algo, não é? Essa sensação de que falta algo é por causa da subordinação.
Presente: possui uma grande quantidade de possibilidades semânticas.
Pretérito Perfeito: Pode indicar:
Pretérito Imperfeito: O verbo no Pretérito Imperfeito só pode indicar uma ação com aspecto durativo, uma ação que ocorreu por certo tempo. Por isso, chama-se imperfeito: a ação que ele indica não foi finalizada imediatamente, ou, então, trata-se de uma ação que costumava acontecer. Exemplo: Eu jogava basquete todos os dias.
Pretérito Mais Que Perfeito: A ação que o verbo no pretérito mais que perfeito indica ocorreu antes de outra, também no passado. Exemplo: O policial chegou ao local onde o acidente acontecera.
OBS: Atualmente, o pretérito mais que perfeito não é utilizado na fala e tem sido pouco utilizado, inclusive, na escrita. Na fala, tende a ser substituído por uma locução de particípio com verbo auxiliar ter ou haver no pretérito imperfeito. Exemplo: O policial chegou ao local onde o acidente tinha acontecido.
Futuro do Presente: Pode indicar:
Futuro do Pretérito: O futuro do pretérito não indica um fato futuro em relação ao momento da enunciação, mas um fato futuro em relação a um fato expresso por outro verbo. Exemplo: Eu sabia que ela iria à festa.
Reparem que o verbo no futuro do pretérito iria refere-se a um fato que aconteceu depois do fato expresso pelo verbo no pretérito imperfeito sabia. Ir, portanto, é futuro em relação a “saber”.
Pode indicar:
1. Qual o valor do futuro do pretérito na seguinte frase: “Quando chegamos ao colégio em 1916, a cidade teria apenas uns cinquenta mil habitantes”?
a) fato futuro, anterior a outro fato futuro.
b) fato futuro, relacionado com o passado.
c) suposição, relativamente a um momento futuro.
d) suposição, relativamente a um momento passado.
e) configuração de um fato já passado.
2. (FATEC-SP) Assinale a alternativa em que a forma verbal grifada no período 2 não substitui corretamente a do período 1.
a) 1. Economistas afirmam que já foi descoberto o remédio para a inflação no Brasil. 2. Economistas afirmam já ter sido descoberto o remédio para a inflação no Brasil.
b) 1. Não souberam ou não me quiseram dizer para onde você tinha ido. 2. Não souberam ou não me quiseram dizer para onde você fora.
c) 1. Eram passados já muitos anos, desde o acidente. 2. Havia passado já muitos anos, desde o acidente.
d) 1. Honrarás a teu pai e a tua mãe. 2. Honra a teu pai e a tua mãe.
e) 1. Ao chegar à sua casa, o seu amigo já terá partido. 2. Ao chegar à sua casa, o seu amigo já partirá.
3. Enumere as sentenças abaixo de acordo com a flexão em modo dos verbos sublinhados.
Assim, (1) Para verbos flexionados no Indicativo; (2) Para os que estiverem flexionados no Subjuntivo e
(3) Para os que estiverem flexionados no Imperativo.
a) ( ) Vá ao colégio!
b) ( ) Espero que ele vá ao colégio.
c) ( ) Eu fui ao colégio.
d) ( ) Eles estariam felizes.
e) ( ) Se eu vendesse meu carro, teria mais dinheiro.
f) ( ) Não matarás!
4. Dê o tempo, modo, a pessoa que se refere e o valor semântico dos verbos sublinhados nos trechos abaixo:
a) Se viesse à praia, saberíamos se sabe nadar.
b) Não haveria tempo de essa história desdobrar-se em capítulos que suspeitamos já saber o final.
c) Você me faria um favor?
1. D
2. E
3. a) (3) / b) (2) / c) (1) / d) (1) / e) (2) / f) (3)
4.
a) Viesse: Pretérito imperfeito do subjuntivo; verbo na terceira pessoa do singular; valor semântico de condição./Saberíamos: Futuro do pretérito; primeira pessoa do plural; fato dependente de uma condição.
b) Suspeitamos: Presente do indicativo; verbo na primeira pessoa do plural; fato que ocorre no momento da fala.
c) Faria: Futuro do pretérito; verbo na terceira pessoal do singular; valor semântico de polidez.