
Com o temor do comunismo pairando sobre a população mundial e a propaganda capitalista cada vez mais maciça, o mundo bipolar punha em xeque as escolhas dos países naquele momento. O alinhamento a qualquer um dos dois blocos (o capitalismo norte-americano e o socialismo soviético) significava basicamente tornar-se inimigo do outro lado. Para os EUA, parecia cada vez mais perigoso deixar os países latinos “livres”; então, o governo norte-americano, através de “brechas”, obteve suas “tutelas”. Aqui, veremos o caso do nosso país.
Os governos seguintes à “contenção” da ditadura por 10 anos, devido ao suicídio de Vargas, foram bastante conturbados. Jânio Quadros (“O prometeu de Vila Maria”) era o novo candidato pós-J.K., e era visto como um homem sério e próximo do povo, derrubando a barreira entre a população “carente” e os políticos. Foi com esse discurso popular que Jânio conquistou os brasileiros, tornando-se um fenômeno eleitoral.
Mas, em 1961, enfrentando críticas tanto de setores populares quanto conservadores, Jânio escreve uma carta de renúncia. Era, na verdade, uma manobra: a tentativa de um “Golpe Branco” contava com a ida de Jango, seu vice-presidente, para a China. Os brasileiros viam Jango como uma clara aproximação com a esquerda, e Jânio acreditava que o povo e os militares pediriam que ele ficasse, o que não ocorreu.
Jango assumiu após a renúncia de Jânio Quadros. Ele acreditava que o Brasil precisava de reformas de base para que voltasse a se desenvolver. Porém, a proposta da reforma agrária mobilizou um setor muito poderoso contra seu governo: as oligarquias. Jango preparou uma série de comícios — sendo o mais famoso o da Central do Brasil —, afirmando que desejava as reformas e que a população deveria cobrá-las do Congresso. A UNE e o PCB, mesmo na ilegalidade, apoiaram o governo de Goulart. Em contrapartida, em São Paulo, foi realizada a Marcha da Família com Deus pela Liberdade, pedindo a saída de Jango do poder, temendo que seu governo fosse uma ameaça de uma ditadura de esquerda.
Setores da classe média, juntamente com setores das forças armadas, estavam contra o governo de Jango. Porém, antes do golpe, a maior parte do exército era legalista, ou seja, respeitava a constituição. Uma crise militar justificaria o golpe de 1964. A Revolta dos Marinheiros, uma revolta militar ocorrida no governo João Goulart, foi vista como uma insubordinação gravíssima. Esperava-se uma punição aos marinheiros, mas, invés disso, o presidente concedeu-lhes anistia, passando por cima da legalidade das forças armadas.
Alguns militares viram isso, juntamente com o famoso discurso de Jango para suboficiais no Automóvel Clube do Brasil, em que o presidente alerta sobre o possível golpe e conversa com militares de baixa patente, mais uma vez quebrando a hierarquia, como uma jogada para se utilizar de tais oficiais para instaurar um golpe de esquerda no Brasil. Em 31 de março de 1964, ocorre o golpe militar, iniciando uma ditadura que perduraria pelos próximos 21 anos.
1. (Unesp) Assinale a alternativa correta sobre a denominada política externa independente do governo Jânio Quadros:
a) Manter o país atrelado ao bloco socialista e participando do processo de divisão mundial do trabalho.
b) Submeter projetos de desenvolvimento nacional à apreciação de um comitê norte-americano.
c) Captação de recursos internos para a solução de todos os problemas sociais.
d) Assumir a defesa da Aliança para o Progresso e apoiar a política de isolamento de Cuba.
e) Reatamento de relações diplomáticas com a União Soviética e apoio à tese de autodeterminação dos povos.
2. (Cesgranrio) Após a renúncia de Jânio Quadros, em 25 de agosto de 1961, os ministros militares julgaram inconveniente à segurança nacional o regresso do presidente João Goulart (então no estrangeiro) ao Brasil, a fim de tomar posse. Temendo a deflagração de uma guerra civil ou golpe militar, o Congresso contornou a crise aprovando um Ato Adicional à Constituição de 1946, para limitar os poderes do novo presidente. Por esse Ato Adicional:
a) Foi instaurado o sistema parlamentarista de governo.
b) O vice-presidente não seria mais considerado presidente do Congresso Nacional.
c) Admitia-se a pena de morte para os casos de subversão.
d) Instalava-se a Revolução de 1964
e) Estabeleceu-se o Ato Institucional nº 5, e o Congresso entrou em recesso.
3. (ENEM) A moderna democracia brasileira foi construída entre saltos e sobressaltos. Em 1954, a crise culminou no suicídio do presidente Vargas. No ano seguinte, outra crise quase impediu a posse do presidente eleito, Juscelino Kubitschek. Em 1961, o Brasil quase chegou à guerra civil depois da inesperada renúncia do presidente Jânio Quadros. Três anos mais tarde, um golpe militar depôs o presidente João Goulart, e o país viveu durante vinte anos em regime autoritário.
A partir dessas informações, relativas à história republicana brasileira, assinale a opção correta.
a) Ao término do governo João Goulart, Juscelino Kubitschek foi eleito presidente da República.
b) A renúncia de Jânio Quadros representou a primeira grande crise do regime republicano brasileiro.
c) Após duas décadas de governos militares, Getúlio Vargas foi eleito presidente em eleições diretas.
d) A trágica morte de Vargas determinou o fim da carreira política de João Goulart.
e) No período republicano citado, sucessivamente, um presidente morreu, um teve sua posse contestada, um renunciou e outro foi deposto.
1. E
2. A
3. E